Presidentes-executivos do Facebook, Twitter e Google participam de audiência no Senado dos EUA
Senadores devem reprovar empresas por sua maneira de moderação nas plataformas
Foto: Jose Luis Magana, LM Otero, Jens Meyer/AP Photo
Os presidentes-executivos das redes sociais Facebook, Twitter e da plataforma Google participam nesta quarta-feira (28), de uma audiência no Senado dos Estados Unidos para falar sobre a maneira como eles moderam os conteúdos de suas plataformas. Na audiência, que começou às 11h, os parlamentares devem debater ainda uma reforma na atual lei que protege as empresas da responsabilidade sobre o que é publicado pelos usuários.
Mark Zuckerberg (Facebook), Jack Dorsey (Twitter) e Sundar Pichai (Alphabet, a dona do Google) foram convocados ao painel e estão confirmados para os depoimentos de maneira remota. Mais cedo, antes da audiência, Mark Zuckerberg e Jack Dorsey defenderam lei que protege as empresas por conteúdos publicados por terceiros. Com isso, espera-se que os senadores devem reprovar empresas por sua maneira de moderação nas plataformas.
As gigantes da tecnologia, juntamente com Apple e Amazon, sofrem repetidas pressões das autoridades americanas. Na semana passada, o Google foi formalmente acusado de uso de poder para manter o monopólio em seu sistema de buscas.
Audiência
A abertura da sessão foi feita pelo senador republicano, Roger Wicker, que preside o comitê. Dorsey e Pichai foram os primeiros a falar, mas Zuckerberg não teve sucesso em sua tentativa inicial de participação remota devido a problemas na conexão. Contudo, minutos depois o problema foi resolvido.
Nos comentários iniciais, o senador Wicker disse que o escudo de responsabilidade protegeu as empresas de "processos judiciais potencialmente danosos". "Mas também deu a essas plataformas de internet a capacidade de controlar, sufocar e até censurar conteúdo de qualquer maneira que atenda aos seus respectivos padrões. Chegou a hora de esse passe livre acabar", disse Wicker.
Além disso, o senador criticou a decisão das empresas de bloquear histórias do "New York Post" que faziam afirmações sobre o filho do candidato democrata à presidência Joe Biden.
"É importante notar que a aversão do Twitter e do Facebook a materiais hackeados nem sempre foi tão rigorosa. Por exemplo, quando as declarações de impostos do presidente vazaram ilegalmente, nenhuma das empresas agiu para restringir o acesso a essas informações", disse ele.
'Seção 230'
A audiência no Comitê do Comércio do Senado dá aos senadores a oportunidade interrogar os executivos das redes sociais uma semana antes das eleições para a presidência nos EUA e, dessa forma, pensar em na reforma da polêmica lei conhecida como "Seção 230".
"Graças à Seção 230, as pessoas têm a liberdade de usar a internet para se expressar. Acreditamos em dar voz às pessoas, inclusive quando isto significar defender os direitos de pessoas com as quais não concordamos", disse Zuckerberg.
Segundo Dorsey, a Seção 230, como redigida atualmente, proporciona aos serviços online flexibilidade para eliminar o "discurso de ódio" e qualquer outro conteúdo inadequado, e que a lei sustenta o mundo das redes sociais, onde qualquer um pode publicar comentários. "Erodir os cimentos da Seção 230 pode fazer colapsar a forma como nos comunicamos na internet, deixando apenas um pequeno grupo de companhias de tecnologia gigantes e bem financiadas", disse.
"Socavar a Seção 230 resultará em uma eliminação maior do discurso online e imporá graves limitações à nossa capacidade coletiva de abordar o conteúdo nocivo e proteger as pessoas online", concluiu Dorsey.