Preso nesta segunda, ex-bombeiro Suel pagava advogado de Élcio Queiroz
Élcio confirmou informação em depoimento à PF
Foto: Reprodução/TV Globo
O ex-policial militar Élcio Queiroz, preso desde 2019 por envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, afirmou, em delação à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio de Janeiro, que suas despesas com advogado eram pagas pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, preso nesta segunda-feira (24).
Suel foi detido na primeira fase da Operação Élpis, a primeira desde o início de 2023, quando a PF assumiu a investigação dos homicídios.
Élcio contou, no depoimento, que Suel e o ex-PM reformado Ronnie Lessa, apontado como autor dos disparos, tinham uma sociedade de antenas de "gatonet" no bairro Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio de Janeiro, pela qual Ronnie recebia uma quantia mensal.
Depois de sua prisão, em 2019, Élcio afirmou que passou a receber cerca de R$ 10 mil reais por mês para pagar as despesas com o advogado de defesa. O dinheiro era repassado a Ronnie por Suel, segundo o depoimento. Metade do valor era destinado a ajudar Élcio, que "estava passando necessidade".
"Eu não tinha contato com ele [Suel], quem tinha era o Ronnie. Só que o Ronnie falava que como tinha esse dinheiro que vem pra ele todo mês, 'faz o seguinte: uma parte iria pagar as mensalidades do advogado, e o outro [sic] você fica pra você, pra te ajudar", disse Élcio.
O arranjo financeiro, conforme o depoimento de Élcio, durou meses. Suel também chegou a enviar dinheiro para pagar a escola dos filhos do ex-PM.
Segundo Élcio, Suel parou de repassar o dinheiro há mais de um ano. Primeiro, os valores foram diminuindo até cessarem por completo.
