Prisão de Ronaldinho envolve Moro e demissão de assessor paraguaio
Moro visitará o país no próximo dia 27 de março
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A prisão de Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis ganhou contornos políticos no Paraguai. O ex-chanceler Rubén Melgarejo Lanzoni demitiu-se do cargo de assessor geopolítico e questões internacionais do Ministério do Interior após ser revelado que a empresária Dalia López, apontada como parte do esquema de falsificação de documentos, havia contratado um escritório e advocacia ligado a ele.
O presidente da República, Mario Abdo Benítez, afirmou que a investigação seguirá "caia quem cair". Ele declarou na terça-feira (10) que sente "enorme dor" pela prisão do jogador. "Não posso negar que me provoca enorme dor o que está acontecendo com uma estrela do futebol. Meus filhos querem ir à prisão para tirar fotos com ele", disse em entrevista ao canal Noticias Paraguay.
Tudo isso ocorreu após o ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, Sergio Moro, ligar para o Paraguai pedindo explicações sobre a prisão de Ronaldinho Gaúcho, embaixador do Turismo do governo Bolsonaro.
Na tarde de terça, Moro soltou uma nota oficial na qual confirma que manteve contato com autoridades paraguaias. “Em nenhum momento, houve interferência na apuração promovida pelo Estado paraguaio. O Ministério da Justiça e Segurança Pública preza pela soberania dos Estados e pela independência dos órgãos judiciários.”
Ainda na terça-feira, a ministra da Justiça do Paraguai, Cecilia Pérez, anunciou que Moro visitará o país no próximo dia 27. Essa visita foi debatida em reunião entre o presidente do Supremo Tribunal de Justiça do Paraguai, Alberto Martínez Simón, e o embaixador brasileiro, Flávio Damico.
Os defensores de Ronaldinho apontaram que o Ministério Público paraguaio trata ele e o irmão com discriminação por serem estrangeiros. No entanto, o MP rebateu ao dizer que “Tal coisa não existe. O Paraguai é um país legalmente soberano e essa soberania deve ser imposta. Contamos com fatos e argumentos sólidos para apoiar a prisão preventiva. Além disso, existe o perigo de fuga devido à falta de raízes dos réus no Paraguai”, disse o promotor Marcelo Pecci.