Editorial

Proclamação da República e o Governo Provisório

Confira o nosso editorial desta segunda (15)

Por Da Redação
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Proclamação da República e o Governo Provisório

Foto: Arquivo Biblioteca Nacional

O 15 de novembro de 1889 é, evidente, uma data emblemática ao Brasil moderno: foi a última dança da monarquia, que persistia desde a Independência, em 1822; foi o desenlace da última amarra do país com Portugal e foi, entre tantas outras questões, a entrada definitiva no hall das nações que ostentavam a tal da República, que ainda precisaria ser moldada – a muito custo – por aqui.

Um dos principais jornais da época, o carioca Gazeta de Notícias, trouxe a Proclamação da República na capa da edição de 16 de novembro de 1889, numa linha editorial imparcial, apesar de extremamente pragmática. 

Além de estampar na primeira página as imagens de personagens relacionados diretamente com os acontecimentos do dia anterior, publicava também uma nota oficial do governo provisório, composto no mesmo dia da Proclamação e chefiado por aquele que seria o primeiro presidente do Brasil, Marechal Deodoro da Fonseca. 

Outros nomes conhecidos na história do Brasil, muitos inclusive com nomes de ruas pelo país afora, compunham o ministério, como Campos Sales, Benjamin Constant e Quintino Bocaiúva (os chamados republicanos históricos), e de liberais da Monarquia, que aderiram de primeira hora ao novo regime, como Rui Barbosa e Floriano Peixoto.

O texto publicado pelo jornal era o que hoje a imprensa chama de ‘nota oficial’ de algum acontecimento ou decisão do governo vigente. Nada mais – numa linguagem coloquial que era lido, claro, apenas por elites, quase como uma ‘satisfação’ sobre o ocorrido no dia 15 de novembro e a criação de uma junta militar-civil para organizar o Brasil à República plena. 

À imprensa, principalmente aos jornais da então capital do Brasil, o Rio de Janeiro, o Governo Provisório classificou a derrubada da monarquia como uma “revolução nacional, de caráter essencialmente patriótico”. 

Interessante notar que o comunicado na imprensa carioca feita pelo Governo Provisório fazia questão de salientar a influência da Revolução Francesa e do Positivismo – “é o governo da paz, da liberdade, da fraternidade e da ordem...” – e dizia que reconhecia e acatava a herança monárquica e colonial do país, a boa e a maldita, isto é, dos tratados internacionais, a manutenção da liberdade àquele que um dia foram escravos e a dívida pública externa e interna.

O primeiro ato do novo governo foi dirigir uma proclamação ao país, anunciando a mudança de regime e procurando justificá-la. Pelo Decreto nº 1 foi adotada, a título provisório, a República federativa como forma de governo da nação brasileira, até que resolvesse a respeito o Congresso Constituinte que seria convocado. As Províncias do extinto Império foram transformadas em Estados federados.

De todas as Províncias chegaram logo manifestações de adesão ao novo regime, quase sempre da parte dos velhos partidos monárquicos. Desta forma, a República foi estabelecida em todo o país praticamente sem lutas, salvo no Estado do Maranhão, em que antigos escravos tentaram esboçar uma reação, correndo às ruas da capital com a bandeira do Império e dando vivas à Princesa Isabel.

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