Procuradoria pede à Polícia Federal inquérito sobre ataque a juiz do caso Milton Ribeiro
Órgão afirma preocupação com a segurança do magistrado e seus familiares
Foto: Reprodução/Instagram | Isac Nóbrega/PR
A abertura de um inquérito policial para identificar os autores do ataque ao juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal de Brasília, foi requisitado pela pela Procuradoria da República no Distrito Federal à Polícia Federal. O carro do juiz foi atingido por fezes de animais, ovos e terra, em Brasília, na quinta-feira (7).
O responsável por autorizar a Operação Acesso Pago, da PF, que prendeu o ex-ministro Milton Ribeiro e outras quatro pessoas, em 22 de junho, por suspeitas de irregularidades no Ministério da Educação, foi Borelli.
Em nota de repúdio divulgada no sábado (9), a Procuradoria afirmou estar preocupada com a segurança do juiz e de seus familiares, além de informar a solicitação da abertura de inquérito à PF. Os autores do ataque, disse ainda no comunicado, "colocam em risco a liberdade necessária para o desempenho da função jurisdicional". O inquérito deverá ser sigiloso.
O ataque ocorreu enquanto o juiz dirigia o veículo, saindo de casa em direção ao trabalho. O material foi arremessado no para-brisa. Mesmo com a visibilidade prejudicada, ele conseguiu seguir até um local seguro. Ele não se feriu.
A investigação foi enviada por Borelli ao Supremo Tribunal Federal após um diálogo telefônico interceptado pela PF levantar a suspeita de que Bolsonaro teria comunicado Ribeiro sobre uma possível busca e apreensão na residência do ex-ministro. A relatoria é da ministra Cármen Lúcia.
Em conversa do dia 9 de junho com a filha, Ribeiro abordou a apuração policial e disse a ela que conversou com o presidente. De acordo com o ex-ministro, o mandatário teria dito estar com "pressentimento" de que iriam atingi-lo por meio da investigação.
No final de junho, Cármen mandou o caso para a PGR (Procuradoria-Geral da República) se manifestar sobre a abertura de uma investigação contra o presidente por suspeitas de irregularidades no Ministério da Educação e obstrução de Justiça.