Produção da indústria brasileira retrocede 0,6% no mês de novembro
Em um ano, setor concentra expansão de 3%
Foto: Arquivo/26.07.2012/Tânia Rêgo/Agência Brasil
A produção da indústria brasileira retrocedeu 0,6% do mês de outubro para novembro. Foi o segundo mês seguinte de queda. Em outubro o setor já tinha recuado 0,2%. Contudo, no conjunto dos 11 meses de 2024, a indústria concentra alta de 3,2% e, em 12 meses, aumento de 3%.
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal, publicada nesta quarta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, a indústria brasileira se posiciona 1,8% do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 15,1% abaixo do ponto mais alto já apontado, em maio de 2011.
Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, as perdas na indústria em outubro e novembro (acumulado de 0,8%) são, de algum modo, impacto de questões como desvalorização do real perante o dólar e o crescimento da taxa básica de juros da economia, a Selic.
“Não imagino que o aumento de juros já tenha um efeito direto, porque começou em setembro, mas claro que isso gera impacto na expectativa de consumidores e empresários”, examina.
Outro fator que pode ter motivado a diminuição industrial é a alta no preço dos alimentos, que tem a intenção de comprometer mais o orçamento das famílias e recua a busca por bens de consumo.
“Isso traz algum tipo de reflexo sobre a renda disponível das famílias, pode ter impacto sobre as decisões de consumo", declara.
Em comparação com novembro de 2023, foi registrado aumento de 1,7% na produção industrial - sexta expansão subsequente nesse tipo de comparação interanual.
Observando o desempenho de outubro para novembro de 2024, o IBGE indica que 19 dos 25 ramos industriais permaneceram no campo negativo. “É um sinal amarelo importante”, informa Macedo.
As atividades de maior influência negativa foram veículos automotores, reboques e carrocerias (-11,5%), e coque (derivado do carvão), produtos provenientes do petróleo e biocombustíveis (-3,5%).
Macedo salienta que a diminuição de dois dígitos na produção de veículos ainda preservar saldo positivo comparado ao fim de 2023.
“Isso não tira o comportamento que a atividade teve ao longo do ano. O patamar está 14,2% acima de 2023”.
O resultado entre meses seguidos, publicado nesta quarta-feira (-0,6%), é o menor para um mês de novembro desde 2019, quando teve recuo de 2,3%.