Produção industrial fecha primeiro trimestre de 2022 em queda
Setor registrou variação de 0,3% após alta de 0,7% no mês anterior
Foto: Rodrigo Felix Leal/AEN-PR
A produção industrial registrou variação positiva de 0,3% na passagem de fevereiro para março, depois de alta de 0,7% no mês anterior. Ao comparar com o mesmo período de 2021, o setor acumula queda de 4,5% no primeiro trimestre deste ano. As informações são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgadas nesta terça-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, a manutenção do comportamento positivo em fevereiro e março não eliminou a perda de 2% que ocorreu em janeiro. “Questões complicadoras na oferta, que é algo mais global, afetado pelo mercado internacional, e na demanda doméstica”, exemplifica.
Ainda conforme Macedo, as plantas industriais ainda percebem o aumento do custo de produção e refletem a escassez de matéria-prima. “Além disso, a inflação vem diminuindo a renda disponível e os juros sobem e encarecem o crédito. Também o mercado do trabalho, que apresenta alguma melhora, ainda mostra índices como uma massa de rendimentos que não avança”, lembra o Macedo.
A atividade que mais influenciou positivamente em março foi a de veículos automotores, reboques e carrocerias, com alta de 6,90%.
Outras atividades que contribuíram para a variação positiva de março foram: outros produtos químicos (7,8%), bebidas (6,4%) e máquinas e equipamentos (4,9%), além de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (7,9%), de couro, artigos para viagem e calçados (8,9%) e de indústrias extrativas (0,9%).
Entre as atividades em queda, estão: produtos alimentícios (-1,7%), Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,1%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,4%), atividades de ramos de produtos de metal (-3,6%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,9%).
Comparação com 2021
Ao ser comparado com o mesmo mês do ano anterior, o setor industrial teve queda de 2,1%. Os resultados negativos atingiram três das quatro grandes categorias econômicas, além de 17 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 60,1% dos 805 produtos pesquisados.
Dos destaques negativos estão produtos de borracha e de material plástico (-14,5%), produtos de metal (-15,9%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-20,8%). Já no grupo dos nove setores que cresceram, outros produtos químicos (8,0%) e bebidas (12,0%) exerceram as maiores influências.