Produção industrial sobe 0,1% setembro, informa IBGE
Este é o segundo mês seguido de resultado positivo, com tendência à estabilidade
Foto: José Paulo Lacerda/CNI
A produção industrial brasileira registrou uma variação de 0,1% na passagem de agosto para setembro. A principal influência positiva no resultado desse último mês foi a atividade das indústrias extrativas, que apresentaram crescimento de 5,6%, de acordo com os dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).
Divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o levantamento mostra ainda que, em relação a setembro de 2022, a indústria nacional, setor responsável por 20% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, apresentou alta de 0,6%. Entretanto, no acumulado do ano, o resultado é negativo em 0,2% e, nos últimos 12 meses, a variação é nula (0,0%).
“O resultado de setembro da produção industrial nacional marca o segundo mês seguido de crescimento, mas não altera o comportamento de menor dinamismo que a caracteriza nos últimos meses. Para além disso, no índice desse mês, observa-se predomínio de taxas negativas, alcançando três das quatro grandes categorias econômicas e 20 dos 25 ramos industriais investigados”, destaca o gerente da pesquisa, André Macedo.
Ele se refere a atividades como a produção de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que registraram queda de 16,7% em setembro; máquinas e equipamentos, com retração de 7,6%; e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,1%), que exerceram os principais impactos negativos do mês.
Após dois meses de alta, a indústria de farmoquímicos e farmacêuticos registrou um acúmulo de ganhos de 30,2%. No entanto, máquinas e equipamentos, assim como veículos automotores, voltaram a recuar após registrar avanços em agosto (4,9% e 5,7%, respectivamente).
A queda mais intensa do mês foi observada no setor de bens de consumo duráveis (-4,3%), suficiente para eliminar parte do avanço de 7,9% obtido no mês anterior. O segmento de bens de capital, que havia crescido 4,5% em agosto, recuou 2,2% em setembro. Além disso, houve uma retração de 1,4% nos bens de consumo semi e não duráveis, que haviam registrado uma expansão de 4,1% no período de junho a agosto de 2023.
Em setembro, a única taxa positiva em comparação com o mês anterior foi a de bens intermediários, com um aumento de 0,3%. Essa taxa interrompeu quatro meses consecutivos de queda, que acumularam perdas de 1,4%.
Mesmo com dois meses seguidos de resultados positivos, o setor industrial ainda se encontra 1,6% abaixo do patamar pré-pandemia, considerado o de fevereiro de 2020, e 18,1% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, destaca o pesquisador.