Produtividade do trabalho avança 1,9% no Brasil em 2023, aponta FGV

Os dados do Observatório da Produtividade Regis Bonelli, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), revelam que a produtividade da economia brasileira por hora efetivamente trabalhada avançou 1,9% em 2023, após dois anos seguidos de queda.

Parte desse avanço se deve à contribuição da agropecuária em um ano de safra recorde. Além disso, observa-se um padrão diferente na dinâmica de crescimento setorial, o processo de formalização no mercado de trabalho e o crescimento da ocupação entre os mais escolarizados, que também contribuíram para explicar os ganhos.

Em 2020, a produtividade por hora efetiva subiu 12,7%, refletindo um "efeito-composição", onde a pandemia inicialmente retirou do mercado de trabalho trabalhadores de baixa produtividade, principalmente os informais e aqueles com menor escolaridade.

Além disso, a queda nas horas trabalhadas devido às medidas de isolamento social foi superior ao recuo do valor adicionado. Com a gradual normalização da situação sanitária e o retorno desses trabalhadores ao mercado, a produtividade por hora efetiva voltou a cair: 8,1% em 2021 e 4,4% em 2022.

A produtividade é calculada pela comparação do valor adicionado - uma variável próxima ao Produto Interno Bruto (PIB), mas que exclui impostos e subsídios. Medida de eficiência com que os fatores capital e trabalho se transformam em produção, a chamada produtividade total dos fatores (PTF) subiu 0,7% em 2023. À exceção de 2020, uma alta anual da PTF não era observada, ao menos, desde 2017, apontam os pesquisadores.