Programa Casa Verde e Amarela: Corte no Orçamento pode paralisar obras de casas no país

Segundo profissionais do setor de construção civil, os cortes no programa Casa Verde e Amarela devem paralisar até as obras praticamente prontas destinadas à população de baixa renda, além de impedir novos contratos em curto prazo. 

Entidades ligadas à construção civil apoiam o apelo do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) porque veem na medida uma dificuldade extra, em plena pandemia de covid-19, a milhares de trabalhadores e empresas do segmento. 

De acordo com o presidente do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo, Odair Senra, o chamado Grupo 1 do programa Casa Verde e Amarela, destinado a pessoas que ganham até R$ 2 mil é o mais afetado, mas não é o único. Segundo ele, os cortes aprovados no Congresso Nacional reduziram em 98% os recursos do Fundo de Arrendamento Residencial, que subsidia habitações pela iniciativa privada às famílias de mais baixa renda do programa.

Segundo Odair, mesmo antes do último corte, havia poucas ofertas no mercado para famílias com menos renda. "Isso porque não havia verba para novas contratações no Orçamento de 2020. Assim, além de concluir as obras em andamento nesta faixa, o setor hoje está mais orientado para as faixas 2 e 3 do programa, com subsídios do FGTS".

Caso fique confirmada a redução do programa, as construtoras devem buscar outros nichos. Uma saída, estimulada pelo isolamento social e o trabalho em home office, pode ser a reforma ou construção de propriedades para públicos com mais recursos.