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Protestos contra obras de Van Gogh e Monet geram tensão em museus

Autoridades debatem sobre a validade das ações

Por Da Redação
Ás

Protestos contra obras de Van Gogh e Monet geram tensão em museus

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Nos últimos dias, algumas obras expostas em museus foram vítimas de ações que deixaram autoridades em alerta. Em Londres, ativistas da Just Stop Oil (contra o uso de combustíveis fósseis) jogaram sopa de tomate no quadro “Girassóis”, de Van Gogh, na National Gallery. Depois, foram registrados outros casos do gênero, como a tela “Les meules”, de Claude Monet, atingida com purê de batata no Museu Barberini, em Potsdam, na Alemanha, e a torta na estátua de cera do rei Charles III no Madame Tussauds, em Londres.

Por conta do vidro que protege a pintura “Girassóis”, a obra, avaliada em R$ 500 milhões, saiu ilesa, assim como a tela de Monet. Em declaração, o diretor do Museu de Arte Moderna (MAM-Rio), Pablo Lafuente, comentou o caso e questionou a efetividade desse tipo de protesto.

"As pessoas tiveram o cuidado de fazer de um jeito que não danificasse as obras, (mas) não sei qual efeito que se espera dessas ações. Você chama atenção para uma agenda específica, mas também pode trazer uma visão negativa. Ninguém pensa na pessoa que faz faxina ou a segurança da sala", diz Pablo.

O Britain’s Public and Commercial Services Union, sindicato que representa os trabalhadores da área cultural, também se manifestou sobre o caso. “Não podemos apoiar táticas extremistas e perigosas que colocam nossos membros em risco enquanto eles tentam trabalhar”, disseram em nota.

Para o crítico de arte e curador independente, Marcus Lontra Costa, esse tipo de ativismo está relacionado com fenômenos como as redes sociais, cultura do cancelamento e da celebridade instantânea.

"Essas obras deixam de ser fonte de contemplação e reflexão, a gente abdica da beleza e da estética nas nossas vidas para que os trabalhos se relacionem apenas com esta ou aquela pauta. Se a cada movimento você destrói o anterior, que História iremos construir?", questiona Lontra.

"As causas podem ser até justas, mas é preciso entender que os verdadeiros inimigos são um sistema econômico, social e político responsável por essas questões. Mesmo com seus problemas, o circuito de arte está longe de merecer virar alvo", completa Costa.

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