Quase todas as mutações da variante ômicron foram encontradas em outras cepas, diz estudo
Segundo os cientistas, isso explica por que as vacinas têm sido eficazes contra a nova variante
Foto: © NIAID
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) relataram em uma carta publicada no Journal of Medical Virology, que quase todas as mutações encontradas na variante ômicron, exceto uma, já haviam sido identificadas anteriormente em outras cepas. Segundo os cientistas, isso explica por que as vacinas têm sido eficazes contra a nova variante.
De acordo com o estudo, coordenado por Ricardo Durães-Carvalho, pesquisador da Escola Paulista de Medicina da Unifesp, o coronavírus “tem apresentado substituições biologicamente relevantes de aminoácidos na proteína Spike, como resultado de uma evolução convergente e direcional, o que significa que vários locais específicos compartilham as mesmas mutações”.
Com exceção da substituição do gene S371L, todas as mutações da ômicron observadas no motivo receptor-obrigatório (RBM) e no domínio receptor-obrigatório (RBD) da proteína Spike já haviam sido descritas na literatura. Foram analisados mais de 200 mil genomas do vírus e de outros coronavírus humanos.
Considerando as múltiplas mutações das variantes do SARS-CoV-2, e supondo que variantes ainda não identificadas possam estar circulando no mundo, os cientistas apontam que seria esperado um alto número de infecções graves de diferentes cepas do vírus. Mas com a imunização é possivel prevenir esse cenário.