‘Quem manda na economia é Paulo Guedes’, diz Bolsonaro
Presidente deu entrevista coletiva ao lado dos ministros da Economia, da Agricultura e da Infraestrutura
Foto: Reprodução
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (27), em uma entrevista coletiva na saída do Palácio da Alvorada, que o "homem que decide a economia" no Brasil é o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Antes da declaração, Bolsonaro esteve em reunião com Guedes, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Netto. Os ministros estavam ao lado de Bolsonaro na coletiva.
"Acabei mais uma reunião aqui tratando de economia. E o homem que decide a economia no Brasil é um só: chama-se Paulo Guedes. Ele nos dá o norte, nos dá recomendações e o que nós realmente devemos seguir”, disse Bolsonaro.
Durante a coletiva, o ministro afirmou que o governo segue firme em sua política econômica de responsabilidade fiscal. Ele afirmou que os gastos extraordinários feitos pelo governo em decorrência da crise do coronavírus são uma "exceção" na condução da política econômica.
"Queremos reafirmar a todos que acreditam na política econômica que ela segue e a mesma política econômica", ressaltou Guedes. “Quando há um problema, como de saúde, o presidente fala: ‘Olha vamos par um programa de exceção'", explicou o ministro.
O ministro Paulo Guedes aproveitou a oportunidade e comentou sobre o Pró-Brasil.
“O programa Pró-Brasil, na verdade, são estudos justamente na área de infraestrutura, de construção civil, são estudos adicionais para ajudar nessa arrancada de crescimento. Isso vai ser feito dentro dos programas de recuperação de estabilidade fiscal nossa”, disse Guedes.
Segundo o ministro, o governo poderá ampliar investimentos próprios em infraestrutura, mas sem criar grandes planos de desenvolvimento, a exemplo dos criados em governos anteriores.
"O Tesouro não investe, o Tesouro é o caixa. Quem investe é o governo, se decidir. E o governo, sim, aumenta investimentos em infraestrutura. Acabamos de conversar com ministro Tarcísio, não tem problema nenhum. O que não podemos fazer é justamento planos nacionais de desenvolvimento, como era antigamente, porque a nossa direção é outra. O excesso de gastos de governo corrompeu a democracia brasileira, estagnou a economia brasileira", afirmou Guedes.
Servidores públicos
Paulo Guedes afirmou também que nesta semana deverá passar no Congresso “importante programa” para descentralizar recursos para estados e municípios, mas com contrapartidas. O ministro deu como exemplo de contrapartida não conceder reajustes a servidores públicos a fim de auxiliar no esforço para enfrentar a crise.
“Não peçam aumento por um ano e meio, contribuam com o Brasil”, afirmou o ministro.
Guedes assegurou que o governo não pretende reduzir salário de servidores, mas pediu que o funcionalismo público faça um “sacrifício” pelo país.
“Precisamos também que o funcionalismo público mostre que está com o Brasil, que vai fazer um sacrifício pelo Brasil, que vai ficar em casa trancado com geladeira cheia e assistindo a crise enquanto milhões de brasileiros estão perdendo emprego. Não, eles vão colaborar. Eles vão também ficar sem pedir aumento por algum tempo. Ninguém vai tirar. E o presidente disse ‘ninguém tira direito, ninguém tira salário, ninguém encosta em nenhum direito que existe hoje’”, afirmou Guedes
Logo após a entrevista com os ministros e a fala de Guedes, o mercado financeiro já mostrou reação positiva e a bolsa começou a reagir positivamente.