Radioatividade, a descoberta há exatos 126 anos
Confira o nosso editorial desta terça-feira (1)
Foto: Reprodução
Há 126 anos, no dia 1º de março de 1896, acontecia a descoberta da radiatividade, é claro que por uma triste coincidência, um assunto atualmente em voga devido à tensão num eventual uso de armas nucleares no conflito entre Rússia e Ucrânia.
O efeito destruidor de uma arma nuclear é baseado na radioatividade, propriedade de certos elementos químicos de emitir partículas ou radiação eletromagnética como resultado da instabilidade de seus núcleos.
A radioatividade está em toda parte, sem nenhuma intervenção humana. Existe radioatividade na terra, na água e no ar, causada pelos elementos radioativos naturais, que estão associados ao urânio ou ao tório presentes nestes locais.
Existe radioatividade devida ao sol chamada de radiação cósmica. Existe também radioatividade no próprio corpo humano - tecidos e ossos possuem elementos radioativos, como o potássio 40 e o carbono 14.
Segundo a narrativa histórica, naquele ano de 1896, três dias antes foi um dia nublado em Paris, na França, um grande problema para os experimentos da época de Antoine-Henri Becquerel, o físico francês responsável pelos estudos que levaram à descoberta do fenômeno da radioatividade.
Naquele dia, Becquerel queria mostrar que, devido aos raios X, certos minerais brilham quando expostos a luz forte.
O clima frustrou a experiência, mas levou a uma nova descoberta: Becquerel colocou o urânio que havia planejado usar guardado em uma gaveta, em cima de um material fotográfico coberto. O ato, analisam físicos da atualidade, não foi por mera casualidade e existem diversas versões sobre o fato.
Quando ele voltou, encontrou uma imagem embaçada dos cristais de urânio na gaveta, apesar de o material fotográfico ter sido embrulhado em papel preto pesado. O cientista então percebeu que os cristais não eram fosforescentes ao sol. Em vez disso, ele descobriu que os cristais lançaram raios espontâneos e penetrantes sem nenhuma energia externa.
Juntamente com a sua aluna de doutorado, Marie Curie, e o seu marido Pierre, Becquerel estudou o fenômeno, que acabou sendo chamado de “radioatividade”. O trabalho, inclusive, rendeu-lhes o Nobel Prize em Física de 1903.