Relator da CPI do DF solicita indiciamento de Gonçalves Dias
Deputado distrital Hermeto (MDB) apresentou relatório na Câmara Legislativa do DF à 9h

Foto: Eurico Eduardo/Agência CLDF
O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado distrital Hermeto (MDB), poupou a cúpula da Polícia Militar do DF em relação aos atos do 8 de janeiro. Em paralelo, o parlamentar solicitou indiciamento do ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no início do governo Lula, general Gonçalves Dias. Hermeto, que é policial militar da reserva, apresentará o documento de 444 páginas às 9h desta quarta-feira (29).
No relatório, Hermeto culpa Cíntia Queiroz de Castro, então subsecretária de operações da Secretaria de Segurança do DF, e Fernando de Souza Oliveira, secretário-adjunto de Anderson Torres, então titular da pasta. Torres, no entanto, que chegou a ficar preso quatro meses por conta dos atos, não consta no ofício. Os ex-comandantes da PM Klepter Rosa e Fábio Augusto Vieira, que estão presos pela Polícia Federal, não têm indiciamento pedido pelo deputado. O ex-diretor de operações da PM Jorge Naime também não. Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, que era comandante do 1º CPR, responsável pela Esplanada, é o único da cúpula da PM citada para indiciamento. “O coronel Casimiro permaneceu firme em sua estratégia operacional, não buscando recursos adicionais junto ao Departamento de Operações conforme previsto no Plano de Operação”, diz o relatório.
O relator também poupou os militares do GSI, com exceção do general Gonçalves Dias. O militar tem o nome citado após ser flagrado dentro do Palácio do Planalto ao lado das pessoas que estavam vandalizando o prédio. O relatório pede indiciamento com base nos crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo à vítima e deterioração de patrimônio tombado. No mesmo relatório, o distrital Hermeto fala da falta de estrutura das polícias Militar e Civil do DF. No documento, o relator pede aumento de salário para a PM e PCDF, além da instalação de coordenações de combate a crimes contra o Estado Democrático de Direito. Hermeto cita o baixo efetivo da PM, que já chegou a ser de 18 mil militares e hoje tem 10 mil.