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Relatório preliminar de acidente com avião da Voepass deve ficar pronto em 30 dias, diz FAB

Após a conclusão da chamada ação inicial, realizada no local do acidente em Vinhedo, a investigação avança para a fase de análise de dados

Por FolhaPress
Ás

Relatório preliminar de acidente com avião da Voepass deve ficar pronto em 30 dias, diz FAB

Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução

A FAB (Força Aérea Brasileira) afirmou na tarde deste sábado (10) que deu início à análise da caixa-preta do avião que caiu em Vinhedo (SP) na sexta (9), deixando 62 pessoas mortas.
Em nota, a Força Aérea afirma que os dois gravadores de voo --conhecidos popularmente como caixa-preta-- foram transferidos para o Labdata (Laboratório de Análise e Leitura de Dados de Voo), do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáutico), pela manhã, e a análise teve início. O relatório relatório preliminar sobre o acidente, no entanto, só deverá ficar pronto em 30 dias.

"Os trabalhos preliminares de preparação, extração e degravação de dados foram iniciados pelos investigadores e devem prosseguir, de maneira ininterrupta, pelas próximas horas", afirma o órgão.

Segundo a FAB, após a conclusão da chamada ação inicial, realizada no local do acidente em Vinhedo, a investigação avança para a fase de análise de dados.

"Neste estágio, serão examinadas as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos, bem como um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros", diz a nota enviada à imprensa.

"O Cenipa reitera a intenção e previsão de divulgar, no prazo estimado de 30 dias, o Relatório Preliminar do acidente aeronáutico."

O acidente aéreo de Vinhedo é considerado de alta complexidade. Uma das preocupações é que pudesse ter havia uma danificação da caixa-preta, o que não ocorreu. As hipóteses para o acidente ainda não levam a nenhuma conclusão.

Embora especialistas tenham afirmando que poderia ter ocorrido um congelamento das asas, essa informação foi descartada pela empresa, a  Voepass, antiga Passaredo, que diz que o modelo de avião usado ATR 72-500 é um modelo seguro que não tem esse tipo de falha.

A aeronave estava tinha os certificados e as vistorias em dia. O último laudo é de junho deste ano.

O avião tinha 62 pessoas a bordo e caiu em uma área residencial de Vinhedo, no interior de São Paulo, deixando todos mortos. A aeronave saiu de Cascavel (PR), às 11h50, com destino ao aeroporto de Guarulhos (SP). A chegada estava prevista para 13h40; 20 minutos antes, houve a queda.

Até a tarde deste sábado, foram resgatados os corpos de 50 vítimas, que haviam sido retirados do local do acidente. Dois deles foram identificados --o piloto e o copiloto do voo.

Todos os corpos resgatados seriam levados para o IML (Instituto Médico-Legal) Central da cidade de São Paulo para identificação, onde há mais recursos. Até o fim da tarde, 37 haviam sido transportados.

Entre as vítimas do acidente estavam uma criança de 3 anos, que estava com o pai para celebrar com ele o dia dos pais, uma fisiculturista, um grupo de médicos e uma advogada especializada em processos contra companhias aéreas, entre outras pessoas. No voo estava ainda um grupo de médicos que viajava para um congresso em Curitiba.

Na manhã deste sábado, um piloto pediu respeito à empresa, afirmou que o modelo ATR-72 é ultrasseguro e lamentou a tragédia. O piloto da companhia se manifestou antes de um avião do mesmo modelo decolar do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, em direção a Cascavel, no Paraná --a rota é a mesma do voo que caiu, mas na direção contrária.

"Toda vez que vocês ouvirem alguma coisa sobre o ATR, informem que é um avião ultrasseguro. Existem mais de 2.000 unidades voando no mundo. É um avião que voa na Europa, nos Estados Unidos, na neve, então ele não tem problemas para operar em condições de gelo", disse.

Os apelos, no entanto, não têm sido suficientes. Nas redes sociais da companhia aérea Latam, que tem acordo para venda de passagens da Voepass estão recebendo uma série de mensagens de usuários revoltados, pedindo o fim do acordo, o cancelamento de viagens e a responsabilização pelo acidente, o que não é cabível pela legislação.

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