Renda de brasileiros da elite sobe de R$ 236 mil para R$ 441 mil em 5 anos
Ganhos da maioria da população adulta não avançaram mais de 33%
Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
A renda de 15 mil pessoas que pertencem à elite no Brasil cresceu nos últimos anos três vezes mais do que o ritmo observado entre o restante da população. O rendimento médio dobrou 96% entre 2017 e 2022. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Enquanto isso, os ganhos da maioria da população adulta (os 95% mais pobres) não avançaram mais do que 33%, considerado pouco mais acima da inflação do período (31%). A conclusão consta em nota técnica elaborada pelo economista Sérgio Gobetti, publicado pelo Observatório de Política Fiscal do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
Ao ampliar a análise para identificar a renda do grupo 0,1% mais rico, formado por cerca de 154 mil pessoas, Gobetti constatou que ela cresceu em média 87% entre 2017 e 2022. O ganho mensal desses brasileiros subiu de R$ 236 mil para R$ 441 mil nos cinco anos do levantamento.
Na fatia 1% mais rica, o crescimento também foi alto, de 67%. Entre os 5% com mais ganhos, de 51%.
"Ao que tudo indica, o nível de concentração de renda no topo bateu um novo recorde histórico, depois de uma década de relativa estabilidade da desigualdade", afirma o economista.
A concentração de renda ocorre entre aqueles que ganham R$ 140 mil mensais líquidos, de acordo com o estudo, A fatia do bolo que fica com esse grupo saltou de 9,2% para 11,9% ao fim dos cinco anos marcados pela pandemia do coronavírus e pelo governo Bolsonaro.