Residências oficiais de Lira e Pacheco foram monitoradas por facção criminosa
Relatório de inteligência revela detalhes de operação que envolveu monitoramento e gastos da facção PCC
Foto: Lula Marques/Agência Brasil | Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Residências oficiais dos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram alvo de monitoramento pela facção criminosa PCC durante um período de pelo menos três meses. Fotografias das duas casas foram encontradas em celulares apreendidos durante a investigação.
Um relatório de inteligência do Ministério Público de São Paulo (MPSP) revelou que a facção desencadeou uma operação denominada “Missão Brasília”, com o objetivo de levantar endereços dos políticos. A operação incluía vigilância dos horários e até mesmo a contagem da quantidade de seguranças nos locais.
Documentos apontam que, entre maio e julho deste ano, o grupo despendeu aproximadamente R$ 2,5 mil mensais com o aluguel de uma residência na capital federal. Esse local foi utilizado como base pelas atividades dos criminosos.
Além disso, registros indicam que o bando gastou cerca de R$ 4 mil em transporte por aplicativo durante um período de 15 dias, com a finalidade de prospectar terrenos para compra. Adicionalmente, foram despendidos R$ 44 mil em diversas despesas, incluindo aquisição de aparelhos celulares, seguro, IPTU, alimentação, mobiliário e equipamentos eletrônicos.
Na última sexta-feira (8), o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, se reuniu com a cúpula do Sistema Penitenciário Federal em Brasília, na Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Gakiya é identificado como um dos alvos antigos da facção por sua atuação no combate ao crime organizado.
Recentemente, a CNN divulgou que o governo federal reforçou a segurança dos policiais penais e dos presídios federais após detectar ameaças da facção, incluindo planos de ataques e mortes contra agentes.
Nesta quinta-feira (14), a Polícia Federal, em conjunto com o MPSP, realizou uma operação com três mandados de prisão e 16 de busca e apreensão contra a célula “Sintonia Restrita” do PCC. Esta célula, apontada pelas autoridades, estaria envolvida na denominada “Missão Brasília”, direcionada a autoridades políticas como alvos.