Revista The Economist destaca crescente otimismo de investidores internacionais sobre a economia brasileira
Perspectivas positivas são impulsionadas por medidas econômicas, autonomia do Banco Central e contexto internacional favorável
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A respeitada revista britânica The Economist publicou uma reportagem visando melhorar as perspectivas do Brasil no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula sob a ótica dos investidores internacionais. O texto destaca o crescente otimismo dos investidores em relação à economia brasileira, mencionando o ministro Fernando Haddad como "eficiente" e ressaltando a autonomia do Banco Central na condução da política monetária, apesar dos ataques de Lula ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
A melhora na avaliação das agências de classificação de risco sobre o Brasil é apontada como um fator positivo, assim como a conjuntura internacional favorável. O conflito entre Rússia e Ucrânia beneficiou as exportações de grãos do Brasil, impulsionando o crescimento econômico do país. A publicação prevê que o aumento da exportação de soja pode contribuir com um quinto do crescimento econômico brasileiro neste ano, favorecendo também a valorização do real frente ao dólar.
Outro ponto destacado pela The Economist é a busca de investidores por mercados emergentes diante das perspectivas de redução das taxas de juros nos EUA e das tensões com a China. No ano passado, o Brasil recebeu US$ 91 bilhões em investimentos diretos estrangeiros, o dobro do ano anterior, refletindo uma visão internacional do país diferente dos últimos dez anos.
A autonomia do Banco Central é apontada como um dos fatores que contribuem para essa percepção positiva, reduzindo a influência política sobre as decisões monetárias. A aprovação das reformas propostas por Haddad, como o novo arcabouço fiscal e a Reforma Tributária, também é vista com otimismo pelos investidores, embora a revista alerte sobre a incerteza de sua aprovação final no Congresso.
A reportagem menciona o potencial do Brasil em projetos de transição energética, destacando a ambição de Lula em tornar o país uma potência verde. No entanto, a revista adverte que a história recente do Brasil exige cautela ao avaliar seu potencial, destacando a necessidade de políticas consistentes para reverter a tendência de longo prazo do país.