Ricardo Cappelli assume GSI de forma interina após saída de Gonçalves Dias
Capelli já foi interventor na área de segurança pública do Distrito Federal após atos de 8 de janeiro
Foto: Isaac Amorim/MJSP
O secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, assumirá o comando interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu escalar Capelli depois da saída o general Gonçalves Dias, anunciada nesta quarta-feira (19).
"Será nomeado interinamente o senhor Ricardo Capelli. O presidente considerou importante que esse espaço fosse ocupado imediatamente. O Capelli fez um trabalho muito importante na intervenção na segurança pública do DF", afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, a jornalistas.
Gonçalves Dias pediu demissão do cargo depois que a CNN Brasil divulgou um vídeo que mostra o chefe do GSI dentro do Palácio do Planalto durante as invasões de 8 de janeiro, em Brasília. É a primeira baixa no alto escalão do governo Lula, pouco tempo depois de completar 100 dias.
Segundo o ministro Paulo Pimenta, além de Dias, o presidente também decidiu pela exoneração do secretário-executivo do GSI, Ricardo José Nigri.
Imagens do circuito interno de 22 câmeras do Palácio do Planalto no dia dos atos criminosos, em 8 de janeiro, mostram o momento em que o ministro-chefe do GSI aparece durante os ataques de invasores. Foram mais de 160 horas analisadas. A gravação foi divulgada com exclusividade pela CNN.
No vídeo, o general Gonçalves Dias, aparece caminhando sozinho no terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República. Ele tenta abrir duas portas e depois entra no gabinete. Depois de alguns minutos, o ministro caminha pelo mesmo corredor com alguns invasores, o que sugere que ele indica a saída de emergência ao grupo de criminosos. Na sequência também aparecem outros integrantes do GSI, que parecem indicar também o caminho de saída para os invasores que estavam no terceiro andar do Palácio do Planalto.
Em entrevista à TV Globo, Gonçalves Dias disse que estava no local para retirar os invasores. "Eu cheguei ao palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. A maior parte subiu pela rampa. Como o palácio tem vidro, as pessoas quebraram os vidros. Não entraram pelas portas. É um vidro extremamente vulnerável", afirmou Dias, que é general.
Gonçalves Dias afirmou, na entrevista, que sua imagem ao lado de manifestantes foi tirada de contexto. "Eu tenho 44 anos de profissão no Exército brasileiro. Sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que eu dou a mim até hoje é a honra. Então aquilo [a imagem] é um absurdo", continuou