Rodrigo Maia entra com ação no STF para anular votação que aprovou PEC dos Precatórios em primeiro turno
Deputado questiona os procedimentos adotados por Arthur Lira, atual presidente da Câmara, no dia da votação
Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados
O deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (sem partido-RJ) entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), no sábado (6), questionando os protocolos adotados por Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara, na votação da PEC dos Precatórios.
Maia alega que "o processo de aprovação ignorou por completo a Constituição e normas regimentais, numa sequência de graves violações ao devido processo legal legislativo".
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios é a principal 'saída' do governo para conseguir viabilizar, de forma orçamentária, o Auxílio Brasil no valor de R$ 400,00. O texto foi aprovado em primeiro turno na Câmara durante a madrugada desta quinta (4) com placar apertado – eram precisos 308 votos favoráveis, e o governo conseguiu reunir 312.
O documento apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) indica dois "vícios" principais na tramitação: o primeiro é a autorização para que deputados em missão oficial participassem da sessão, concedida pela Mesa Diretora da Câmara horas antes da votação; e o segundo se refere a apresentação de uma "emenda aglutinativa" que, na prática, adicionou novos trechos à PEC durante a análise do texto em plenário.
A ação deve ser distribuída ao gabinete da ministra Rosa Weber, que já é relatora de uma outra ação de parlamentares no mesmo sentido. Não há prazo para que ela decida. Entretanto, a ministra já solicitou informações à Câmara sobre a votação da PEC em primeiro turno.
A votação do segundo turno da PEC dos Precatórios está prevista para a próxima terça (8). Arthur Lira marcou a sessão para as 9h porque, antes da votação do segundo turno, será necessário votar em primeiro turno os destaques – trechos para os quais houve pedido de votação em separado.