Rusgas e bastidores, tudo de novo
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O Ano Legislativo começou há quatro dias e as velhas articulações saem dos porões muito antes do imaginado. Como de costume, muitas ações e “ideias” de parlamentares são atreladas à conveniência, tentativas de receber louros e holofotes dentro de uma causa do momento ou, então, por causa de rusgas. Rodrigo Maia, por exemplo, o presidente da Câmara dos Deputados, já tem seu nome ventilado (não oficial) no caso do pedido de impeachment contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
O pedido, aliás, apresentado ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF), é a nova surfada de dois parlamentares, os deputados Felipe Rigoni (PSB-ES) e Tabata Amaral (PDT-SP), já outrora apontados como “infiéis” às respectivas legendas, por nem sempre seguirem orientação partidária.
Mas o movimento, segundo o site O Antagonista, teve a benção de Maia, que inclusive parece ter tido ciência do pedido muito antes de sua articulação “oficial”. São disque-me disque da politicagem (não confundir com política): Rodrigo Sérgio Dias, apadrinhando de Maia, foi sacado do comando do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e, desde então, o presidente da Câmara mune sua metralhadora com críticas à Weintraub.
Quanto ao documento do pedido do impeachment, nada de novo. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, teve um pedido de cassação expedido pelos senadores Fabiano Contarato (Rede-ES) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em agosto passado, posteriormente arquivado pelo ministro Edson Fachin, do STF.
A adesão do pedido contra o titular do MEC ainda é raso, conta com apenas 26 assinaturas, como dos deputados Alexandre Frota (PSDB-SP), Maria do Rosário (PT-RS) e Fernanda Melchionna (Psol-RS). O movimento é uma reação aos erros da pasta na atribuição das notas para parte dos estudantes que fizeram o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2019.