Rússia exerce 'direito de espernear' contra o avanço da Otan, diz Mourão
No entanto, vice-presudente relata que não acredita que o país vá invadir a Ucrânia
Foto: Reprodução/R7
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (31) que a Rússia exerce o seu "direito de espernear" contra o avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar do Ocidente, na direção de suas fronteiras. No entanto, ele relata que não acredita que o país vá invadir a Ucrânia.
"A realidade, essa questão da Rússia, da Ucrânia, é algo que já vem há um tempo, vem desde 2014. A Rússia considera aquela região do Leste europeu uma zona de influência dela. Então, no momento que há um avanço da Otan sobre aquela região, ela faz o seu direito de espernear", afirmou Mourão, ao chegar ao Palácio do Planalto.
A Rússia solicita um veto permanente à entrada da Ucrânia na Otan. Também há críticas do presidente russo, Vladimir Putin, sobre a expansão da aliança militar lidereda pelos EUA rumo a suas fronteiras. De acordo com Putin, as forças da Otan e dos EUA deveriam deixar os países do Leste europeu e suspender exercícios perto das fronteiras russas.
Diante das críticas, o governo russo enviou milhares de militares para a fronteira com a Ucrânia, o que levou os Estados Unidos e seus aliados ficarem em alerta sobre uma possível chance de invasão. A Rússia nega essa possibilidade.
Segundo Mourão, a situação não vai piorar até a visita de Bolsonaro à Rússia, prevista para ocorrer em meados de fevereiro. Para ele, a manobra militar é apenas uma forma de pressão de Putin.
"Não acho que vai piorar daqui para lá. Não acho que a Rússia vai tomar uma atitude de invadir. A Rússia está fazendo uma pressão. Uma das formas de você buscar intervir em algum assunto é você fazer uma manobra militar. É o que ela está fazendo."
Mourão ainda afirma que a viagem de Bolsonaro não significa um apoio à Rússia no conflito. Ele destaca que o país é um parceiro comercial importante do Brasil e que os dois fazem parte do Brics.
"Acho que a aí depende da interpretação que cada um vai querer colocar. Nós estamos afastados desse conflito, mas há algumas pressões de alguns outros países aqui que estão mais envolvidos. Mas, vamos lembrar, o Brasil faz parte de um grupo com a Rússia, que são os Brics. Além de nós termos uma parceria com a Rússia, é um país importante para que a gente tenha negócios. Nós não podemos abrir mão disso aí."