Rússia expulsa diplomatas sob a acusação de participarem de atos pró-Navalny
Após encontro com chanceler russo, chefe da diplomacia da União Europeia condenou decisão
Foto: Reprodução/Fronteira da Paz
A Rússia expulsou do país, nesta sexta-feira (5), diplomatas da Alemanha, Suécia e Polônia sob a acusação de terem participado de protestos que pedem a libertação do opositor do governo Alexei Navalny. As expulsões acontecem no mesmo dia em que o chanceler russo, Sergei Lavrov, se reuniu em Moscou com o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell. Não ficou claro ainda quantos diplomatas foram expulsos. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que considerava as ações dos diplomatas "inaceitáveis".
Já a Chancelaria sueca criticou a medida do governo russo, chamando-a de "completamente infundada", e negou que seu diplomata tenha participado de qualquer ato a favor de Nalvany. Por meio de um porta-voz, Borrell também condenou a medida. Milhares de pessoas têm ido às ruas nas últimas semanas convocadas pelo crítico do Kremlin, que foi preso ao voltar à Rússia no final de janeiro e, há três dias, foi condenado a dois anos e oito meses de prisão, acusado de violar a liberdade condicional a que foi condenado em um processo anterior.
Após o encontro com Lavrov, Borrell afirmou que pressionou o governo russo para libertar o opositor. Em um momento em que as relações entre a Rússia e o bloco europeu estão mais fragilizadas, o chefe da diplomacia da União Europeia disse que ainda não há uma proposta formal para novas sanções do bloco ao país, mas que seus 27 membros discutirão o assunto no mês que vem. A Rússia já é alvo de sanções internacionais desde a anexação da Crimeia, em 2014, em meio a disputas com a UE e os Estados Unidos provocadas pela queda de um governo pró-Moscou na Ucrânia.