Saiba como as chuvas podem afetar os preços dos alimentos entre janeiro e fevereiro
O IPCA deve será divulgado na próxima quinta-feira (8)
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Além das despesas típicas de início de ano que impactam o bolso dos brasileiros entre janeiro e fevereiro, as chuvas frequentes nesse período também têm contribuído para o aumento dos preços dos alimentos, especialmente os hortifrútis, incluindo hortaliças, legumes, verduras e frutas.
Em dezembro, os preços dos alimentos e bebidas registraram um aumento de 0,56%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicador oficial da inflação no Brasil. O índice de janeiro será divulgado na próxima quinta-feira (8).
Os hortifrútis foram os principais responsáveis pelo aumento nos preços. Destacam-se o pepino, com alta de 35,32%, seguido pela batata-inglesa (19,09%), abobrinha (16,25%), repolho (11,88%) e tubérculos, raízes e leguminosas (8,09%). Entre as frutas, destacam-se as altas da laranja-baía (22,15%), maracujá (21,89%), limão (20,48%), tangerina (12,59%), abacate (9,54%), laranja-pera (9,49%) e banana-prata (8,24%).
O fenômeno El Niño influencia os preços e faz com que os produtos da feira livre, como hortaliças, legumes, frutas e tubérculos, se tornem mais caros, explica o especialista Braz. No entanto, ele ressalta que esse efeito é transitório e tende a diminuir à medida que nos aproximamos do outono.
O excesso de chuvas nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul no final de 2023 afetou consideravelmente a produção de hortifrútis, conforme Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios. Ele destaca que o alto preço desses alimentos foi uma consequência direta desse impacto.
Safra de 2024
As chuvas podem comprometer a safra de 2024, afetando diversas culturas. O atraso no plantio de arroz no Rio Grande do Sul no segundo semestre de 2023 devido às chuvas e a escassez de chuvas na Índia, o maior exportador global de arroz, prejudicaram a safra desse cereal. A soja e o milho também podem ser afetados, e a influência do El Niño, que deve durar até abril, representa uma ameaça às safras desses importantes produtos agrícolas.
O preço do óleo de soja é esperado para subir, já que a demanda internacional está mais fraca. A partir de março ou abril, é previsto um aumento nos preços da soja, afetando o preço do óleo de soja e, consequentemente, impactando o consumidor final nas prateleiras dos supermercados, conforme avaliação de Delara.