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Política

"São exatamente iguais a nós. Índio quer trabalhar, quer progresso", diz Bolsonaro em encontro

Presidente se reúne com lideranças indígenas e o presidente da Funai

Por Da Redação
Ás

"São exatamente iguais a nós. Índio quer trabalhar, quer progresso", diz Bolsonaro em encontro

Foto: Reprodução / Agência Brasil

Na manhã desta quinta-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro se encontrou com lideranças indígenas de diferentes etnias e com o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Augusto Xavier da Silva, no Palácio do Planalto. Dentre os temas abordados, foi discutido o desenvolvimento de atividades produtivas em reservas indígenas, como mineração e agricultura, algo que hoje é proibido por lei.

Ao cumprimentar indígenas que estavam na frente do Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que seu trabalho é ajudá-los e "dar um norte para que vocês possam realmente produzir": "O Brasil todo quer isso".

O presidente recebeu presentes, como cocares e outros acessórios indígenas. Bolsonaro não usava máscara de proteção contra a covid-19. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (Progressitas-PI), acompanhou o presidente na conversa antes do encontro formal,

"Eles são exatamente iguais a cada um de nós. Índio quer trabalhar, quer internet, quer o progresso, quer pagar imposto", afirmou o presidente durante o encontro.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, em junho, concluiu a votação de projeto de lei que afrouxa as regras de demarcação de terras indígenas. A proposta é alvo de críticas da oposição e de lideranças indígenas, principalmente pela abertura de brechas para a exploração de atividades econômicas e de impactos ambiental e social negativos, como mineração e extrativismo de madeira, por pessoas de fora das comunidades indígenas.

Durante o discurso, Bolsonaro afirmou que o Parlamento está "alinhado" para que as supostas vontades dos indígenas sejam alcançadas com foco na liberdade e no incentivo à produção em suas terras. "É vocês fazerem dentro da terra de vocês o que o fazendeiro faz na fazenda vizinha", comentou o presidente.

Ele lamentou que a Legislação impeça essas atividades. "Algumas etnias já fazem isso, mas a grande maioria ainda está presa a uma legislação que deve ser mudada", disse.

Um dos principais defensores dessa abertura econômica em terras indígenas é o próprio Bolsonaro. Depois da CCJ, o projeto de lei que trata do assunto seguirá para o plenário da Câmara e, se aprovado, será encaminhado para a apreciação do Senado.

Os indígenas têm enfrentado o recrudescimento da violência em suas terras, com o avanço de garimpeiros, grileiros de terras, madeireiros e caçadores ilegais que avançam sobre as áreas demarcadas. Constantes atos de violência são registrados em terras como as dos povos Yanomami, em Roraima, e Munduruku, no Pará.
 

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