Sargento traficou cocaína sete vezes em aeronaves da FAB antes de ser preso
Documento de investigação aponta que quatro militares deram continuidade ao esquema

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O sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Manoel Silva Rodrigues traficou cocaína sete vezes em viagens oficiais antes de ser preso na Espanha, em junho de 2019, segundo apontam dados da investigação da Polícia Federal.
De acordo com a documentação do inquérito, o esquema continuou com a participação de outros militares brasileiros, mesmo após Manoel ser preso. Ele foi preso em flagrante com posse de quilos de cocaína avaliados em R$ 6,4 milhões, minutos após desembarcar no aeroporto de Sevilha, na Espanha.
Em todas as sete viagens oficiais em que a investigação aponta que houve tráfico, o sargento trocou mensagens cifradas com a mulher Wilkelane Nonato Rodrigues. De modo detalhado, foram quatro voos domésticos (São Paulo e Recife) e três internacionais com escalas na Espanha, onde a droga era entregue.
Conforme o Ministério Público Militar, Manoel agia com a participação de ao menos outros quatro militares da Aeronáutica, que também são investigados por utilizar aeronaves da FAB para tráfico de drogas. Um deles era o sargento Jorge Luiz da Cruz Silva. Ele usava o codinome de "Flamengo".
O inquérito militar também teve como alvo de investigação o tenente-coronel Augusto César Piovesan. Ele era o responsável por escalar os militares da Aeronáutica nas viagens oficiais. Ele foi acusado de ter mentido em depoimento logo após a prisão de Manoel. Ao ser ouvido, ele disse que não tinha amizade próxima com os sargentos Manoel e Jorge. Já no segundo depoimento, ele afirmou que mantinha contatos particulares com Manoel, mas nada relacionado ao tráfico de drogas.
O sargento Manoel foi condenado a seis anos de prisão pelo Superior Tribunal da Andaluzia, na Espanha. Ele confessou o crime e cumpre pena em uma prisão espanhola.