"Se eles vêm pra cima da gente com uma faca, a gente tem que usar um revólver" diz Sergio Moro sobre PCC
Senador falou sobre o assunto em discursso no plenário nesta quarta-feira (22)
Foto: Reprodução / TV Senado
O senador Sergio Moro se pronunciou, nesta quarta-feira (22), sobre a divulgação do planejamento do Primeiro Comando da Capital (PCC) de ataques contra o ex-ministro e familiares. A Polícia Federal desarticulou uma operação para prender o grupo criminoso que planejava realizar ataques contra servidores públicos e autoridades. Até o momento, nove pessoas suspeitas de envolvimento foram presas.
Entre as ações, os suspeitos pretendiam inclusive homicídios e extorsão mediante sequestro. Moro disse durante o plenário que foi alvo de ataques pela atuação como ministro da Justiça – durante o governo Bolsonaro.
“Não tenho, evidentemente, o detalhamento da investigação, mas o que me foi informado é que uma célula do PCC tinha esse planejamento de sequestrar a mim ou a minha família ou realizar esses ataques como a forma de retaliação do trabalho que nós fizemos como juiz e principalmente como ministro da justiça. Quando nós fomos duros contra o crime organizado. Providenciamos o isolamento das lideranças do PCC em presídios federais”, disse.
Ainda em discurso, o senador afirmou que é preciso reagir ao crime organizado.
“Isso tem que ser feito com políticas rigorosas, inteligentes com base na lei. Contra a criminalidade organizada. [...] Nós não podemos retroceder, eu gosto de uma frase, na verdade é o sentido um pouco metafórico, mas se eles vêm pra cima da gente com uma faca a gente tem que usar um revólver se eles usam um revólver, nós temos que ter uma metralhadora. Se eles têm uma metralhadora nós temos que ter um tanque ou um carro de combate. Não no sentido literal. Mas nós precisamos reagir às ações do crime organizado”.
Além disso, Sergio Moro protocolou um Projeto de Lei que prevê a criminalização de um planejamento para prática de atentados contra autoridades.
“O mandato de senador me permitiu que eu reaproveitasse esse projeto e protocolei hoje e solicitaria aqui, humildemente, o exame pelos meus pares e possivelmente se nós pudéssemos aprová-lo rapidamente, que é um projeto muito simples. Prevê a criminalização de um planejamento pra prática de atentados contra autoridades que nós temos hoje um quadro no qual se fez todo esse planejamento e muitas vezes a polícia fica tolhida de tomar qualquer ação antes que se inicie a tentativa da prática do crime que coloca em risco as autoridades. Prevê também que as condenações, as penas desses processos sejam iniciadas em prestígio federal de segurança máxima”, afirmou.
O ex-ministro também homenageou três policiais penitenciários federais que foram assassinados em 2016.
“Alex Belarmino, Henrique Charles e também uma psicóloga que atendia lá o penitenciário federal de Catanduvas, a Melissa Almeida, todas foram lamentavelmente assassinadas por ordem do PCC”.