“Se pagar R $ 5 mil por mês, ninguém trabalha mais”, diz Bolsonaro ao descartar retomada do Auxílio Emergencial
Governo federal é pressionado a manter benefício, pago em 2020
Foto: Isac Nóbrega/PR
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ironizou nesta quinta-feira (7), durante conversa com apoiadores, a possibilidade de estender em 2021 o pagamento do auxílio emergencial, benefício criado pelo governo federal para ajudar trabalhadores informais e beneficiários do Bolsa Família, durante a pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Na ocasião, um dos apoiadores disse ao presidente que ele recebeu muito apoio no interior do Amazonas após o pagamento do auxílio. O presidente, no entanto, evitou se comprometer com um benefício em 2021 e ironizou a situação afirmando que, se pagar R$ 5 mil por mês para a população, ninguém mais vai trabalhar.
“Qual país do mundo fez auxílio emergencial? Parecido foi nos Estados Unidos. Aqui alguns querem torná-lo definitivo. Foram quase 68 milhões de pessoas. No começo, foram R $ 600. Vamos pagar para todo mundo R $ 5 mil por dia, ninguém trabalha mais, fica em casa. "
O benefício distribuiu aos contemplados cinco prestações de R$ 600 e quatro de R$ 300. Mulheres chefes de família têm direito a duas cotas. Portanto, as cinco primeiras parcelas foram de R $ 1.200, enquanto as primeiras últimas, de R $ 600. Pressionado a retomar o pagamento do auxílio emergencial, Bolsonaro deixou claro que o governo federal não poderá continuar com o benefício. Após o fim do socorro social, parlamentares pressionam a União a lançar uma nova rodada em 2021 ou turbinar o Bolsa Família, previsto em R$ 34,9 bilhões.
Durante a pandemia, o pagamento do auxílio emergencial reduziu momentaneamente os índices de pobreza e desigualdade. O fim do benefício, porém, pode levar o País de volta ao patamar da década de 1980 nesses índices, conforme o Estadão. Na quarta-feira (6), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou o fechamento de atividades na capital e a manutenção apenas de serviços essenciais a partir da semana que vem. Bolsonaro não citou diretamente nenhum prefeito ou governador, mas criticou a possibilidade de novas decisões como essa. “Se começar a fechar tudo de novo, vai quebrar o Brasil. O Brasil vai se empobrecer. Um país pobre, de famintos, a gente não sabe o que vai acontecer ", afirmou o presidente. Mais uma vez, ele explicou que o País está" quebrado " por conta da crise no setor público, inclusive nos municípios.