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Segundo Aras, forças-tarefas, como a Lava-Jato, são tão informais que geram despesas no CPF dele

Procurador-geral da República sugere outros modelos de investigações

Por Da Redação
Ás

Segundo Aras, forças-tarefas, como a Lava-Jato, são tão informais que geram despesas no CPF dele

Foto: Agência Brasil

O procurador-geral da República, Augusto Aras, disse nesta segunda-feira (14), durante o lançamento do Anuário do Ministério Público do Brasil 2020, que as impotências-tarefas, como a da Lava-Jato, são tão informais que as despesas precisam ser produzidas no CPF dele. Na ocasião, ele defendeu uma institucionalização das investigações e apontou como caminho a instituição dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos), já existente no Ministério Público dos estados e também em cinco unidades do  Ministério Público Federal (MPF) espalhadas pelo Paraná, Minas Gerais, Paraíba, Amazonas e Pará.

“São atividades informais, sem institucionalidade. Isso é de uma fragilidade tão grande, tão grande, tão grande. Sabe quem é responsável pelas despesas das tarefas-tarefas? O meu CPF! Vocês já imaginaram o meu CPF, eu tenho 40 anos de vida pública, é o responsável pelas cortinas-tarefas! Isso é a falta absoluta de institucionalidade. Como eu vou responder perante o Tribunal de Contas da União (TCU)? É a prova da falta de institucionalidade”, disse.  

Atualmente, as forças-tarefas  do MPF ganharam destaque pelo papel desempenhado em investigações que têm como principal foco o combate à corrupção. Aras vem tentando substituir esse modelo de investigação  por outros como, por exemplo, os Gaecos. Segundo ele, pela possível falta de conhecimento sobre o uso do seu CPF há incompreensão dentro do MPF frente à tentativa de implantar um novo modelo. Afirmou também que há procuradores que não querem prestar contas ao TCU.

“É constrangedor para mim, procurador-geral da República, estar eventualmente respondendo por seu CPF por uma atividade informal, por melhor que ela tenha sido feita ao longo dos anos, por melhor resultado que tinha apresentado nos últimos anos. Mas nós precisamos de um sistema de freios e contrapesos”, continuou Aras. 

“E olha que o TCU está cobrando do PGR sabre quanto de fonte de cada membro das tarefas-tarefas nos últimos dez anos, quanto de gratificação, quanto de viagem nacional e internacional, quanto foi arrecadado por meios das tarefas-tarefas, quando foi destinado para a União. E já temos colegas resistindo em prestar informações ao Tribunal de Contas da União com uma explicação de que o Ministério Público não deve dar satisfação”, completou.  

O procurador-geral disse ainda que podem até existir modelos melhores que os Gaecos, mas eles já existem há 25 anos no Ministério Público estadual e, na sua avaliação, podem ser reproduzidos no MPF.

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