Senado vai homenagear Paulo Freire após Bolsonaro chama-lo de 'energúmeno'

Os senadores aprovaram nesta terça-feira (17), uma homenagem ao educador Paulo Freire após o presidente Jair Bolsonaro chama-lo de ‘energúmeno’. O requerimento, de autoria do senador Weverton (PDT-MA) e assinado por vários senadores, inclusive o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), foi aprovado de forma simbólica.

A previsão é de que a sessão aconteça no dia 4 de maio de 2020, mês que completa 23 anos da morte de Freire. Bolsonaro fez afirmações contra o educador e também contra a TV Escola nesta segunda-feira (16), na saída do Palácio da Alvorada. “Era uma programação [da TV Escola] totalmente de esquerda, ideologia de gênero, dinheiro público para ideologia de gênero. Então, tem que mudar. Reflexo, daqui a 5, 10, 15 anos vai ter reflexo. Os caras estão há 30 anos [no ministério], tem muito formado aqui em cima dessa filosofia do Paulo Freire da vida, esse energúmeno, ídolo da esquerda", disse o chefe do Executivo.

De acordo com o senador Weverton, homenagear Paulo Freire é “reconhecer a própria história do Brasil”. “Não são os muros das universidades que, apenas para dentro, precisam se indignar com essa tamanha agressão ao mestre da educação, a referência de inclusão, mas sim qualquer homem e mulher que saiba que um dia nós podemos ser melhores se nós praticarmos o bem. E praticar o bem é apoiar de forma intransigente não só a educação, mas também defender os educadores”, destacou o líder do PDT.

Paulo Freire foi declarado patrono da educação brasileira em 2012. Ele desenvolveu uma estratégia de ensino baseada nas experiências de vida das pessoas, em especial na alfabetização de adultos.