Política

Sérgio Cabral diz que Padilha recebeu propina por projetos em favelas do Rio

Segundo o ex-governador, propina foi paga ao ex-ministro com recursos federais

Por Da Redação
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Sérgio Cabral diz que Padilha recebeu propina por projetos em favelas do Rio

Foto: Agência Brasil

Em entrevista à revista Veja, o ex-governador fluminense, Sérgio Cabral, 57 anos,  disse que, entre os anos de 2007 e 2010, Pezão e Hudson Braga se encontravam quinzenalmente com o então ministro Alexandre Padilha e o assessor Alan Silva, enviados do ex-presidente Lula e do PT, para receber a propina por projetos em favelas do Rio de Janeiro pagos com recursos federais. Segundo Cabral, ele enviou o agente financeiro, Carlos Miranda, para entregar 300 000 reais a Padilha. 

Contudo, ainda segundo a Veja, Padilha nega as acusações e diz que se trata de um ataque à imagem dele “sem provas e sem checagem”. Lula afirma que jamais recebeu repasse algum, “direta ou indiretamente”, do ex-governador. Braga sustenta as acusações. Silva informa que os “supostos convênios” não eram de responsabilidade dele. Já Pezão não quis comentar. 

Atualmente, Cabral está preso na penitenciária Bangu 8, no Rio de Janeiro. Ele foi condenado a 282 anos de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados ao astronômico esquema de propinas que ele montou ao longo do mandato, que foi 2007-2014.

Cabral, na época do mandato, era muito próximo do ex-presidente Lula. Ele também foi muito reconhecido e recebia muitas indicações de cargos federais e alianças políticas. O ex-governador estava a frente da ocupação de favelas no programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e foi reeleito com quase 70% dos votos. De acordo com a reportagem da Veja, ele pode ser considerado o melhor governador do Rio nas últimas décadas. Porém, o problema dele foi, ainda segundo a Veja, negar tudo quando foi preso e se dizer injustiçado pelo sistema. 

A denúncia é uma das tentativas do ex-governador de conseguir a delação premiada e abrandar a pena. Segundo ele, serão entregues outras 75 denúncias, inéditas. De acordo com dois ministros do Supremo Tribunal Federal, que foram entrevistados pela Veja, a possibilidade de a delação de Cabral sucumbir ao “fator Palocci”, uma referência ao descrédito do material oferecido pelo ex-ministro Antonio Palocci por falta de consistência. 

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