Setor de Serviços, maior do PIB brasileiro, começou 2022 em declínio
De acordo com o IBGE, queda em janeiro foi de -0,1%, após dois meses de forte alta
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Após fechar o ano de 2021 com altas consecutivas, o setor de Serviços, maior do PIB brasileiro, começou o ano de 2022 em declínio. De acordo com balanço divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (16), a taxa registrada em janeiro, primeiro mês do ano, foi de -0,1%.
Segundo o IBGE, o segmento foi o que mais sentiu o impacto da pandemia de Covid-19, e desde junho de 2020 tem movimento de recuperação. O que fica evidente quando se compara com o período pré-pandemia (fevereiro de 2020), quando recuperação foi de 7%.
“Há um predomínio absoluto de taxas positivas: são 15 positivas contra 5 negativas, ou seja, uma larga base de comparação, o que faz com que, vez ou outra, o setor mostre algum tipo de acomodação”, explica o gerente da Pesquisa Mensal dos Serviços, Rodrigo Lobo. Ele destaca, no entanto, que ainda não é possível saber se o resultado marca um ponto de ‘inflexão da série ou apenas uma tomada de fôlego.
Três das cinco atividades investigadas tiveram retração no mês de janeiro, com destaque para serviços de informação e comunicação (-4,7%), que recuaram pelo segundo mês consecutivo. A atividade se coloca num patamar 7,3% acima de fevereiro de 2020 e 4,9% abaixo do ponto mais alto da série, em novembro de 2021. Nessa atividade, o segmento de tecnologia da informação caiu 8,9%, e o de telecomunicações, -1,1%.
Conforme indica o balanço divulgado, o segundo impacto negativo, em termos setoriais, foi dos serviços prestados às famílias, onde são medidas atividades como bares, restaurantes e hospedagem. “O setor foi o mais afetado pela pandemia em função de seu caráter de atividades presenciais e vem mostrando um processo de recuperação consistente. Mesmo com a queda de 1,4% em janeiro, o saldo ainda é largamente positivo desde que se iniciou o processo de recuperação, em junho de 2020”, avalia Lobo.
A atividade emplacou uma sequência de nove taxas positivas, com um crescimento acumulado de 60% entre abril e dezembro do ano passado. Apesar disso, ainda se encontra 13,2% abaixo de fevereiro de 2020 e 23,3% abaixo do ponto mais alto da série, em outubro de 2013.