Setor hoteleiro de Salvador espera retomar números da pré-pandemia com verão de 2024
Expectativa da Saltur é de que a cidade receba 3,4 milhões de turistas na alta temporada, alta de 6% em relação a 2020
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Seja soteropolitano ou turista, é preciso se preparar para enfrentar o mar de gente nas praias, museus e avenidas de Salvador a partir do dia 20 de dezembro, quando foi dada a largada oficialmente para a estação mais aguardada e movimentada do ano: o verão. De acordo com Thiago Sena, diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira da Indústria de Hoteis - Bahia (ABIH-BA), embora ainda seja cedo para cravar números, a expectativa é de que a ocupação atinja os mesmos níveis pré-pandemia.
Em um movimento progressivo de retomada desde a pandemia de covid-19, o setor hoteleiro de Salvador espera acompanhar as boas projeções para a alta estação - que vai até o Carnaval de 2025. A expectativa do Observatório do Turismo, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), é de que o número de visitantes ultrapasse em 6% o de 2020 - ou seja, de 3,2 milhões para 3,4 milhões.
Ainda de acordo com a pasta, a taxa média de ocupação hoteleira deve crescer em uma faixa de 7% ao mês, entre dezembro de 2024 e março de 2025. Caso esse cenário se confirme, os dados indicam que a taxa média de ocupação nos hotéis da capital baiana ficará em torno de 70% durante o verão de 2025, sendo superior ao verão de 2024, quando foi registrada uma taxa média de ocupação de 65,4%.
Segundo Thiago, a demanda do setor voltou a crescer nos últimos dois anos, ajudando a consolidar a cidade como um dos destinos mais buscados no verão - tanto por brasileiros quanto por estrangeiros. “No final de 2022, começamos a perceber que o setor deu uma guinada, e isso vem se confirmando nos últimos dois anos, a cada verão. O cenário de dólar mais alto é muito positivo para o setor, já que aumenta o turismo doméstico, porque pessoas que eventualmente viajaram para fora, acabam optando por viajar pelo país, inclusive o Nordeste”, disse.
Aluguéis por temporada são ameaça
Em meio aos desafios enfrentados pelo setor no cenário de pós-pandemia, como pressões econômicas e mudanças no comportamento do consumidor, há a concorrência com os alugueis por temporada. Amanda Beatriz, 23, não pensou duas vezes em iniciar as buscas por apartamentos na capital baiana por meio do Airbnb e Booking. com.
"Eu e a minha família colocamos na ponta do lápis e sai mais em conta, tanto o aluguel quanto o fato de podermos fazer as refeições em casa, enquanto no hotel só tem o café da manhã. Além disso, conseguimos ficar todos juntos no mesmo espaço", destacou, quando questionada sobre os motivos que a levaram a buscar essa modalidade de hospedagem, ao invés de hoteis.
Ao observar boa parte do fluxo de turistas migrar da hotelaria para esses meios, Thiago destaca a baixa regulamentação como o maior problema.
“Não só em Salvador, mas no Brasil como um todo, a regulamentação é muito baixa, tanto na parte de obrigações acessórias como na parte de tributação. Hoje, quem aluga um imóvel com um serviço de hospedagem, tem a obrigação de declarar o imposto de renda pessoa física, apenas. Não há isonomia, visto que, enquanto em caso de contrato de aluguel com imobiliária, por exemplo, a empresa tem obrigação de informar a receita através do Dimob, quando se faz isso através de plataformas, não há essa obrigatoriedade”, explicou Thiago Sena.