Silveira adia novamente acordo com usinas termelétricas da Âmbar Energia
Ministro de Minas e Energia prorrogou a vigência do acordo até 31 de outubro, aguardando análise do TCU
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, adiou novamente a entrada em vigor de um acordo que favorece usinas termelétricas da Âmbar Energia, empresa do grupo J&F, controlado pelos irmãos Wesley e Joesley Batista. A decisão foi tomada devido à falta de análise do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os termos do acordo, inicialmente previsto para começar em julho e adiado por 45 dias.
O novo prazo estabelecido para a vigência é 31 de outubro, mas o ministro sinalizou que poderá antecipar o início do acordo caso o TCU conclua a análise antes dessa data. Silveira justificou a decisão mencionando o "cenário hídrico desafiador" para o sistema elétrico brasileiro, que exige a ativação de termelétricas para suprir a falta de geração hidrelétrica, especialmente no período de maior consumo.
O acordo, celebrado em meio à crise hídrica de 2021, envolve a contratação de usinas termelétricas da Âmbar Energia, que venceu o Leilão Emergencial daquele ano, mas não conseguiu entregar os projetos no prazo. Apesar do atraso, o governo defende que o novo acordo com a Âmbar Energia reduzirá custos aos consumidores em 67%, com remuneração de R$ 9 bilhões, em vez dos R$ 18,7 bilhões previstos anteriormente.
O Ministério Público junto ao TCU já havia solicitado a suspensão do acordo por possíveis irregularidades. O ministério de Minas e Energia argumenta que uma rejeição do TCU poderia comprometer outros acordos do leilão emergencial que já foram aprovados pela Corte de Contas.