Sistemas de limpeza prometem limpar 50% dos oceanos a cada cinco anos
O jovem Boyan Slat, de apenas 25 anos, inaugurou o primeiro sistema aos 18 anos

Foto: Divulgação
Conhecido mundialmente por criar um sistema chamado “Ocean Cleanup Array”, capaz de limpar os fluxos de plásticos nos oceanos e resolver questões globais de sustentabilidade, o jovem holandês, Boyan Slat, de apenas 25 anos, tem um único objetivo desde os 16 anos: proteger os oceanos.
Em fevereiro de 2013, após abandonar a faculdade de Engenharia Aeroespacial na TU Delft, Boyan deu início ao seu projeto The Ocean Cleanup, tornando-se empresário e CEO da fundação, que não possui fins lucrativos e tem a proposta de ajudar centenas de milhares de animais aquáticos, além de diminuir os poluentes que atingem a cadeia alimentar.
Para a criação da organização, foi necessário recorrer a patrocínio e a crowdfunding (plataforma online de captação de recursos), onde conseguiu 2,2 milhões de dólares que ajudariam a financiar o projeto que, atualmente, 80 trabalhadores fazem parte.
O trabalho inovador desenvolve redes de longas barreiras flutuantes, que agem como uma costa artificial, permitindo assim, que as correntes naturais do oceano se encontrem com os plásticos. A fundação projeta processos para transformar o plástico encontrado nos oceanos em valiosas matérias-primas. Um dos sonhos a ser alcançado, é limpar 50% do plástico a cada cinco anos.
Ocean Cleanup Array
Durante um mergulho que realizou na Grécia aos 16 anos, Slat se questionou “Por que a gente não limpa tudo isso?”, ao ficar impressionado de ver pessoalmente a quantidade de lixo que dividia espaço com a vida marinha nos rios.
Após o episódio do mergulho na Grécia, Boyan Slat se dedicou a construir o Ocean Cleanup Array que, após três anos de expedições teste e interações com design, em setembro de 2018, inaugurou o seu primeiro sistema de limpeza oceânica, com a intenção de frear o fluxo de plásticos nos oceanos e retirar mais de 7 toneladas de material dos mares. Mas, problemas técnicos surgiram rapidamente porque uma falha de projeto e fabricação gerou uma rachadura no fundo do tubo, que se alargou em fratura e precisou ser recolhido sem previsão de retorno.
System 001/B
Não satisfeito com a retirada do primeiro sistema, o holandês, que já havia criado e apresentado o projeto do System 001/B no TEDx, em 2012, criou outro dispositivo capaz de realizar limpeza no oceano do grande lixão pacífico, que após um ano de testes, foi desenvolvido por um sistema independente no Great Pacific Garbage Patch, que usa as forças naturais do oceano para capturar e concentrar o plástico.
Essa é a segunda tentativa da The Ocean Cleanup de provar seu conceito de coleta de lixo do Great Pacific Garbage Patch, considerado a maior zona de acumulação de plástico nos oceanos de todo o mundo. A nova aposta consiste em uma longa boia que fica na superfície da água e uma saia que fica em baixo dela. A boia fornece flutuabilidade para todo o sistema, enquanto a saia evita que os objetos escapem por baixo.
Forças oceânicas
Os sistemas de limpeza funcionam com forças naturais para navegar, sendo transportados pelo vento, pelas ondas e corrente marítima. Para recolher os plásticos, é necessário usar uma âncora marítima para desacelerar a máquina e só então capturar os objetos.
O Interceptador
De acordo com dados da Fundação The Ocean Cleanup, os rios são a principal fonte de poluição dos plásticos nos oceanos. Cerca de 1000 rios são responsáveis por aproximadamente 80% da poluição. Com as informações obtidas através da pesquisa desenvolvida, Boyan Slat criou uma reposta para os resíduos encontrados nos rios: The Intercept (O Interceptador).
Movido 100% pela energia solar, o sistema extrai plástico de forma autônoma e ainda é capaz de operar na maioria dos rios mais poluentes do mundo. Com capacidade de extrair até 50.000 kg de plástico por dia, dois interceptadores já estão ativos e instalados, um em Jakarta, na Indonésia; e o outro no rio Klang, na Malásia, considerado um dos 50 rios mais poluentes do mundo.
Uma das metas do jovem Slat é combater o plástico nos 1000 rios mais poluentes até 2025.