"Só não saiu correndo, porque não pode", afirma Dino sobre estátua 'A Justiça'
"A Justiça" foi pichada durante os atos de vandalismo no dia 8 de janeiro

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino afirmou que a estátua "A Justiça" localizado em frente ao STF ainda "não saiu correndo, porque não pode". A fala ocorre em relação aos atos de vandalismo cometidos contra o monumentos desde os atos do 8 de janeiro, em 2023.
"Essa pobre dessa estátua só não saiu correndo porque ela não pode, porque ela já recebeu pedra, já recebeu pichação, já recebeu bomba. Todo dia vai um lá vaiar a estátua, dizendo que é encarnação do mal, do demônio, do satanás, faz exorcismo na pobre da estátua e ela não pode sair correndo e ainda tem que ouvir esse tipo de posição nitidamente externada", afirmou o ministro durante participação de um evento no Tribunal de Justiça do Maranhão.
Em resposta à essa "posição" mencionada, Dino afirmou que o momento pede uma reação.
"O que nós temos que fazer? Tudo, menos buscar a comodidade que é um impulso primário do ser humano. (...) Hoje, se contrapor à essa ideia é tão duro quanto a realidade da estátua só que nós não somos feitos de pedra", prosseguiu
"Perdeu, mané"
A estátua virou um símbolo amplamente conhecido no Brasil após os atos antidemocráticos no dia 8 de janeiro.
No momento da invasão à sede dos Três Poderes, os vândalos subiram em cima da estrutura de uma delas. A cabelereira baiana Débora Rodrigues ainda escreveu com batom a frase "perdeu, mané" na estátua.
A frase foi dita pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, durante uma conferência na cidade de Nova York (EUA), após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser derrotado nas eleições de 2022.
Débora foi condenada a 14 anos de prisão, além do pagamento de uma multa no valor de R$ 50 mil pela participação nos atos de 8 de janeiro de 2023.
Bomba em frente ao STF
Outro caso que teve bastante repercussão foi a morte de Francisco Wanderley Luiz, no fim do ano passado.
Na ocasião, o homem explodiu artefatos explosivos na Praça dos Três Poderes, localizado bem em frente à estátua da Justiça.
Nas imagens capturadas pelas câmeras de segurança, é possível notar Francisco jogando explosivos na escultura e logo em seguida, fugindo de um agente de segurança.
É possível perceber outros objetos sendo arremessados. Ao fim do vídeo, o homem acende o que seria uma bomba e se deita no chão. Depois da explosão, mais pessoas deixam o prédio do STF e veem a cena.
Dias após a confirmação da explosão, autoridades confirmaram que Francisco Wanderley estava morto.