Solla questiona silêncio de ACM Neto sobre relação com 'Rei do Lixo' e suposta fraude milionária
Segundo o deputado, o empresário preso é sócio da irmã do ex-prefeito em uma aeronave
Foto: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados | Reprodução/Facebook
O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) criticou o silêncio do ex-prefeito de Salvador e líder do União Brasil, ACM Neto, após investigações da Polícia Federal (PF) apontarem a proximidade dele com o empresário Marcos Moura, conhecido como "Rei do Lixo".
Moura é acusado de liderar um esquema de fraudes milionárias envolvendo licitações superfaturadas e desvios de recursos públicos. Preso na Operação Overclean, ele também é sócio de Renata de Magalhães Correia, irmã de ACM Neto, em uma aeronave.
As investigações indicam que o empresário teria acionado ACM Neto para liberar pagamentos relacionados a contratos de empresas com a Prefeitura de Salvador. Esses contratos, que ultrapassam R$ 1,3 bilhão, incluem serviços como coleta de lixo e dedetização.
"É inadmissível que o ex-prefeito ACM Neto permaneça calado diante de uma denúncia tão grave. Estamos falando de contratos bilionários com a prefeitura que ele administrou e uma relação de amizade e negócios com o principal acusado desse esquema", afirmou Solla.
“Ele precisa explicar sua relação com alguém acusado de desviar milhões de reais de dinheiro público. Essa omissão é um desrespeito à população baiana e brasileira”, completou.
Os contratos firmados pelas empresas de Moura com a Prefeitura de Salvador começaram durante a gestão de ACM Neto e continuam vigentes na administração de Bruno Reis (União Brasil). Apesar de os documentos não serem o foco direto da operação da PF, a conexão entre Moura e Neto, tanto política quanto empresarial, levanta suspeitas de favorecimento e falta de transparência.
Para Solla, a postura de silêncio de ACM Neto é um sinal de desprezo pelo debate público e pela prestação de contas. “Se ele não tem nada a esconder, por que se cala? Salvador e a Bahia merecem explicações claras sobre esses contratos e sua relação com Moura”, disparou o deputado.
"Esse silêncio é mais ensurdecedor do que qualquer defesa que ele pudesse apresentar. A Bahia precisa de líderes que não se escondam, mas que enfrentem a verdade de frente", concluiu.