STF abre inquérito para investigar Bolsonaro por relacionar vacina contra Covid à Aids
Determinação partiu do ministro Alexandre de Moraes
Foto: Agência Brasil
Após determinação do ministro Alexandre de Moraes, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu, nesta sexta-feira (03), um inquérito para investigar o presidente Jair Bolsonaro por falas em que relaciona os imunizantes contra a Covid-19 com o desenvolvimento da Síndrome da Imunodeficiência Humana (Aids).
A declaração de Bolsonaro aconteceu durante uma transmissão ao vivo, em novembro, em que apresentava relatórios falsos do Reino Unido sugerindo que as pessoas portadoras do HIV estariam "desenvolvendo Aids mais rápido do que o previsto", após tomarem a vacina contra a Covid-19.
A decisão atende um pedido da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 e ignora um parecer da Procuradoria-Geral da República que recomenda que seja aberta apenas uma apuração preliminar de forma interna.
O vídeo em que Bolsonaro cita a comparação foi removido pelas plataformas Twitter, YouTube e Facebook.
Além disso, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, reiterou na ocasião que nenhum dos imunizantes contra a Covid-19 aumentam a "propensão de ter outras doenças".
"Nenhuma das vacinas está relacionada à geração de outras doenças. Nenhuma delas está relacionada ao aumento da propensão de ter outras doenças, doenças infectocontagiosas por exemplo. Vamos manter a tradição do nosso povo brasileiro de buscar e aderir ao PNI [Prrograma Nacional de Imunizações]", afirmou.