• Home/
  • Notícias/
  • Brasil/
  • STF forma maioria para vetar tese de legítima defesa da honra em casos de feminicídio
Brasil

STF forma maioria para vetar tese de legítima defesa da honra em casos de feminicídio

Analise foi interrompida e será retomada em agosto

Por Da Redação
Ás

STF forma maioria para vetar tese de legítima defesa da honra em casos de feminicídio

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou nesta sexta-feira (30) a decisão liminar que proíbe o uso da tese de legítima defesa da honra em casos de feminicídio julgados pelo Tribunal do Júri. A maioria dos ministros votou a favor da manutenção da proibição, que impede que o comportamento do acusado seja relativizado em função da violação de sua honra, o que poderia levar à absolvição em alguns casos.

Em 2021, o STF já havia confirmado a liminar do ministro Dias Toffoli, relator do caso, que considerou essa argumentação "odiosa, desumana e cruel". Agora, o plenário retomou o julgamento de mérito para encerrar definitivamente a questão.

A tese da legítima defesa da honra foi questionada no STF pelo PDT, por meio de uma arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF). O partido destacou que essa tese, que classificou como "nefasta" e "anacrônica", não está de acordo com o ordenamento jurídico brasileiro atual. O PDT argumentou que advogados têm invocado essa tese em tribunais do júri, utilizando-a como escudo em nome da plenitude de defesa.

Até o momento, a maioria dos ministros, seguindo o voto de Toffoli, concorda que a tese não pode ser utilizada pela defesa, acusação, autoridade policial ou juízo em nenhuma fase do processo penal, sob pena de nulidade processual. Além disso, argumentos que indiretamente levem à ideia de legítima defesa da honra também estão proibidos.

"Toffoli afirmou que essa tese remonta a uma concepção hierarquizada de família, na qual a mulher ocupa posição subalterna e tem sua dignidade e autodeterminação restritas", destacou o relatório. Os ministros André Mendonça, Nunes Marques, Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin também acompanharam o voto do relator. O julgamento foi iniciado na quinta-feira (29) e retomado na última sessão plenária antes do recesso judiciário, nesta sexta-feira, sendo interrompido devido a discordâncias formais e com previsão de continuidade em agosto.

Ao apoiar o relator, Nunes Marques ressaltou que a legítima defesa da honra é uma "reminiscência arcaica agora extirpada" do mundo jurídico brasileiro. Já o ministro Moraes afirmou que essa ideia permitia "lavar a honra com sangue".

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:[email protected]

Faça seu comentário