STJ nega pedido de liberdade a motorista de Porsche que atropelou e matou motoboy em SP
Empresário está preso desde 29 de julho, quando atropelou motoboy que quebrou retrovisor do carro
Foto: Reprodução
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou um novo pedido de liberdade feito pela defesa do empresário Igor Ferreira Sauceda, acusado de usar um Porsche para perseguir, atropelar e matar o motoboy Pedro Kaique Ventura Figueiredo, em São Paulo.
Já o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que já havia negado em agosto um pedido de liberdade do condutor do carro de luxo, cobrou do Instituto de Criminalística (IC) da Superintendência da PolíciaTécnico-Científica (SPTC) o laudo sobre o atropelamento.
O atropelamento ocorreu na Avenida Interlagos, no dia 29 de julho. Pedro Kaique tinha 21 anos e sofreu politraumatismo e hemorragia cerebral. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.
Câmeras de segurança gravaram o momento em que o Igor Ferreira bateu com o Porsche por trás na moto da vítima e a derrubou. O motivo do crime foi que instantes antes o motoboy havia quebrado o retrovisor do lado do condutor do Porsche.
Segundo a acusação feita pelo Ministério Público (MP), Igor teve a intenção de matar Pedro. A Promotoria o acusa por homicídio doloso triplamente qualificado por motivo fútil, emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ele foi preso em flagrante e a Justiça o tornou réu no processo pelos crimes. A defesa alega que o cliente não teve intenção de matar o motoboy, não possui antecedentes criminais, trabalha, tem residência fixa e o atropelamento foi um acidente.
A Justiça ainda não marcou a data da audiência de instrução do caso para decidir se levará o motorista do Porsche a júri popular para ser julgado pelo crime.
Um dos motivos da demora é o fato de a defesa insistir na inclusão do laudo pericial sobre o atropelamento. O MP entende que o documento não é imprescindível para a realização da audiência. A Justiça por sua vez quer que o exame seja incluído no processo.
Se o IC não entregar o laudo pronto dentro deste prazo, a 3ª Vara do Júri do TJ de São Paulo notificará a direção do órgão pelo crime de "desobediência".
O Instituto de Criminalística ainda vai analisar os vídeos do atropelamento para tentar estabelecer uma estimativa da velocidade em que os veículos estavam no momento da colisão. O limite de velocidade para a via é de 50 km/h.
A Polícia Civil também pediu que a Porsche, marca da fabricante do carro de luxo envolvido na batida com a moto, informe o que o velocímetro do automóvel marcava quando ocorreu o atropelamento.