Suspeito de corrupção na Petrobras ganha cargo na estatal quatro anos após ser desligado da empresa

Depois de quatro anos fora da companhia após ser desligado por suspeita de corrupção, Luís Fernando Nery foi nomeado para comandar interinamente a Gerência Executiva de Comunicação e administrar uma verba de cerca de R$ 150 milhões para a contratação de agências de publicidade e comunicação.

Nery ocupou o mesmo cargo entre 2015 e 2016, sendo demitido em 2019 por suspeitas de corrupção dentro da estatal. A apuração interna constatou diversos desvios em verbas de publicidade e eventos.

Em abril deste ano, o CEO da Petrobras, Jean Paul Prates, já havia tentado nomeá-lo gerente executivo, mas foi impedido pelo comitê de conformidade da empresa devido às irregularidades cometidas no passado.

Com o impedimento, Prates abrigou Nery como assessor especial da presidência sem a necessidade de aprovação do compliance. Durante os últimos cinco meses, Nery recebeu um salário de R$ 63 mil e teve participação ativa em decisões importantes na área de publicidade e patrocínio.

Durante esse tempo, a gerência de comunicação foi liderada por Vânia Gonçalves, uma funcionária de carreira da Petrobras. Segundo informações do O GLOBO, Prates tem afirmado internamente que Nery é uma indicação pessoal de Lula, o que explicaria sua persistência em nomeá-lo.

A Petrobras confirmou que Nery assumiu a nova função, mas não explicou por que ele assumiu o cargo no lugar de Vânia Gonçalves e nem respondeu se, como "substituto eventual", ele será submetido a uma nova avaliação do compliance.