Suspeito de ter participado do assassinato dos médicos no Rio era foragido da Polícia Civil
Ryan Soares de Almeida era procurado por homicídio e havia fugido de uma delegacia anteriormente
Foto: Imagem Ilustrativa | Elói Corrêa/GOVBA
Um dos suspeitos pelo assassinato dos médicos na orla da Barra da Tijuca, na última quinta-feira (5), era foragido da Polícia Civil do Rio. Contra Ryan Soares de Almeida, de 21 anos, havia um mandado de prisão em aberto por homicídio. Ryan já havia sido preso este ano, mas conseguiu fugir da delegacia da Taquara durante o momento de seu depoimento. Ao ter suas algemas retiradas, ele empurrou um policial militar e escapou.
A prisão de Ryan ocorreu durante uma operação na comunidade da Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio. Agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) foram acionados para verificar uma informação sobre homens armados vendendo drogas na região. O grupo, com histórico de envolvimento em confrontos na área de Rio das Pedras, foi detido e levado à delegacia. Conforme as investigações, os detidos e Ryan teriam relação com homicídios na região da Rua Araticum e com confrontos ocorridos em Rio das Pedras. Ryan também havia sido preso em dezembro de 2020 por tráfico de drogas, posse irregular de arma de fogo e corrupção de menores. Ele foi liberado da Cadeia Pública Jorge Santana em setembro de 2021.
Ryan era um dos quatro homens encontrados mortos nas proximidades da Gardênia Azul, também na Zona Oeste, em menos de 24 horas após o crime na Barra. Ele e os outros dois mortos estavam em um HRV abandonado na Rua Abraão Jabor, no Camorim. Natural de Belo Horizonte, Ryan era o braço direito de Philip Motta Pereira, conhecido como Lesk, que é apontado em processos distintos como integrante de um grupo paramilitar e de uma facção do tráfico. Lesk, também foragido da Justiça, teve a prisão preventiva decretada por associação para o tráfico em setembro de 2019. Seu corpo foi encontrado na mala de um Toyota Yaris, deixado na Gardênia Azul.
Acredita-se que o assassinato dos médicos na Barra da Tijuca tenha sido um engano, motivado por vingança pela morte do traficante Paulo Aragão Furtado, conhecido como Vin Diesel, por milicianos. Sua morte teria contado com a participação de Taillon Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, apontado como um dos líderes de uma milícia na Zona Oeste do Rio.
O traficante Lesk teria fornecido a informação de que Taillon estaria no quiosque da Barra onde os médicos foram assassinados. Taillon, que pode ter sido confundido com o médico Diego Ralf de Souza Bonfim, lidera uma milícia que atua na região da Cidade de Deus e Gardênia Azul, na Zona Oeste da cidade. As milícias atuam há três décadas na região e atualmente disputam território com traficantes.