Tarcísio sugeriu que o STF autorizasse a ida de Bolsonaro aos EUA para conversar com Trump, diz colunista
Segundo a coluna Mônica Bergamo, o governador de São Paulo teria alegado que o ex-presidente seria capaz de convencer Trump a reduzir as tarifas contra o Brasil

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), sugeriu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizasse a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos para se encontrar com o presidente americano Donald Trump. De acordo com informações divulgadas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a proposta ocorreu em telefonema a ministros.
Segundo a coluna, Tarcísio teria argumentado que Bolsonaro seria capaz de negociar uma pacificação com Trump. Assim, os EUA diminuiriam a taxação em 50% aplicada ao Brasil, anunciada pelo presidente na última quarta-feira (9).
Os ministros do STF teriam considerado a ideia fora de propósito, além de enxergarem o risco de que Bolsonaro fuja do Brasil e obtenha asilo político de Trump. O ex-presidente está impedido de viajar para fora do país e teve seu passaporte apreendido em fevereiro de 2024, como parte das medidas da investigação da suposta tentativa de golpe em 2022.
Além disso, o Supremo entende que se deve respeitar as instituições que têm o trabalho de negociar com outros países: a Presidência da República e o Ministério das Relações Exteriores.
A coluna tentou contato com a assessoria do governador Tarcísio de Freitas, mas não obteve resposta.
Tarifaço de Trump
O presidente dos EUA, Donald Trump, enviou, na quarta-feira (9), uma segunda leva de cartas para comunicar os parceiros comerciais sobre as novas tarifas que estão previstas para serem implementadas a partir de 1° de agosto. Entre os países notificados está o Brasil, que recebeu um aumento de 50% nas taxas.
Em carta, publicada na Truth Social e endereçada ao presidente do Brasil, Lula (PT), Trump justifica a elevação da tarifa citando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, a ação é "uma vergonha internacional".
Além disso, o republicano cita a determinação do ministro Alexandre de Moraes de suspender a plataforma de vídeos Rumble, em fevereiro deste ano, como um ataque "à liberdade de expressão dos americanos".
Na quinta-feira (10), Lula afirmou que pretende negociar com Trump, mas cobrou respeito às leis brasileiras.
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