TCU apura possível influência de Moro sobre alvos da Lava Jato em contratos com empresas americanas
O órgão investiga empresas de consultoria que Moro teria ascendência enquanto era juiz da Lava Jato em Curitiba
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O setor de inteligência do Tribunal de Contas da União (TCU) está produzindo um documento que aponta indícios de que o ex-juiz Sergio Moro teria influenciado empresas investigadas na Lava Jato a contratar empresas americanas de consultoria como condição para aprovar acordos de leniência.
Entre essas empresas, o órgão menciona a Alvarez & Marsal, que firmou um acordo com Moro após ele deixar de ser juiz federal e, em seguida, o Ministério da Justiça. Em nota, o ex-ministro ressaltou que as acusações são falsas, sob intenção de causar interferências no processo eleitoral.
Além disso, a nova frente investigativa do TCU analisa outras empresas de consultoria que Moro teria ascendência enquanto era juiz da Lava Jato em Curitiba. O Ministério Público junto ao TCU apura as suspeitas. Ao fim das avaliações, será apresentado um relatório, que poderá ser enviado ao Ministério Público Federal e chegar até o Judiciário.
De acordo com aliados de Moro, o ex-ministro intenciona ser eleito neste ano, para garantir direito ao foro especial, caso as investigações sejam dirigidas ao Judiciário, disseram à CNN. Segundo a Constituição Federal, o foro para apurar e julgar presidente da República, deputado federal ou senador é o Supremo Tribunal Federal (STF).
Na última quinta-feira (31), Sergio Moro anunciou que estava deixando o partido Podemos e ingressando no União Brasil. A mudança de legenda implicaria, ainda que momentaneamente, na desistência de sua candidatura à Presidência da República. O ex-ministro deve concorrer a deputado federal.