"Todas as provas encaminhadas pela PGR foram geradas por pessoas próximas a Bolsonaro", diz Otto Alencar sobre investigações do 8/1
Senador comentou sobre a quebra de sigilo da delação de Mauro Cid e disse que todos os acusados "têm direito à defesa"
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Foto: Reprodução
BRASÍLIA - Em entrevista exclusiva ao Farol da Bahia, o senador Otto Alencar (PSD) comentou sobre a quebra de sigilo da delação de Mauro Cid, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, e o andamento das investigações dos atentados de 8 de janeiro. Segundo Otto, o que chama a atenção nesse caso é que "todas as provas encaminhadas" foram geradas por pessoas próximas ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
"O Mauro Cid deu provas de que cometeu os atos, o general Fernandes, da mesma forma, assim como Braga Netto. Todos eles. Ou seja, ninguém está levando nenhuma prova de que não tenha sido gestada dentro da possibilidade de fazer o golpe de 8 de janeiro de 2023", avaliou o senador.
Otto Alencar disse ainda que Bolsonaro, assim como os demais acusados, "têm direito à defesa".
Moraes retirou o sigilo do acordo de delação premiada, firmado em 2024 entre Cid e a Polícia Federal (PF), na manhã desta quarta-feira (19). Além de detalhes sobre a articulação de militares e políticos para discutir uma possível tentativa de golpe, a delação traz à tona informação sobre financiamento dos atos contra a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), monitoramento de autoridades, como o ministro Alexandre de Moraes, divulgação de informações falsas sobre o sistema eleitoral e desvio e venda de presidentes entregues a Bolsonaro.
O acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid com a Polícia Federal prevê que o militar e sua família terão perdão judicial ou pena privativa de liberdade inferior a dois anos. A colaboração premiada ainda estabelece que Mauro Cid terá segurança da Polícia Federal e a restituição de bens e valores apreendidos no decorrer da investigação.
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