Tratamentos para perda de peso revelam impacto positivo na pressão arterial, apontam estudos
Pesquisas apresentam resultados promissores sobre a relação entre tratamentos para obesidade e controle da pressão arterial em adultos
Foto: Divulgação/SESA/Governo do Paran
Dois novos estudos, um publicado na revista "Hypertension" da AHA e outro no "Journal of the American College of Cardiology", trouxeram à tona descobertas significativas sobre a relação entre tratamentos para perda de peso e a redução da pressão arterial em adultos. Os resultados indicam que intervenções como o uso do medicamento tirzepatida e a cirurgia bariátrica estão associadas a melhorias notáveis no controle da pressão.
O Dr. Harlan Krumholz, cardiologista da Universidade de Yale, afirmou que, embora a conexão entre obesidade e condições cardíacas seja conhecida, a eficácia dos tratamentos era uma lacuna até o momento. Ele disse ainda que estamos entrando em uma "nova era" com ferramentas como medicamentos e cirurgias para obesidade, capazes de trazer benefícios profundos à saúde.
O primeiro estudo, parte de um ensaio clínico maior financiado pela farmacêutica Eli Lilly, revelou que o medicamento tirzepatida reduziu significativamente a pressão arterial de adultos com sobrepeso ou obesidade. As injeções semanais resultaram em uma diminuição notável da pressão arterial sistólica, indicando um impacto significativo na saúde cardíaca.
Já o segundo estudo, publicado no "Journal of the American College of Cardiology", abordou a cirurgia bariátrica em adultos com pressão alta e obesidade. Os resultados após cinco anos mostraram que os participantes submetidos à cirurgia apresentaram um índice de massa corporal mais baixo e utilizavam menos medicamentos para pressão arterial em comparação com aqueles que optaram apenas por tratamentos medicamentosos.
Embora as descobertas sejam promissoras, especialistas ressaltam a necessidade de estudos adicionais para compreender completamente os impactos desses tratamentos em condições cardiovasculares específicas. Além disso, questões como a reversibilidade dos efeitos após a interrupção do tratamento e a influência da dieta não foram totalmente abordadas nos estudos atuais.
As estatísticas de doenças cardíacas e derrames nos Estados Unidos destacam a relevância dessas pesquisas, com mais de 47% dos adultos apresentando hipertensão e quase 42% enfrentando obesidade. A ligação estreita entre essas condições ressalta a importância de abordagens eficazes no tratamento da obesidade para mitigar diversas condições relacionadas, incluindo a hipertensão.
Apesar do otimismo em torno de medicamentos como a tirzepatida, o acesso a esses tratamentos enfrenta obstáculos como custos elevados e cobertura insuficiente por parte dos seguros de saúde. Especialistas alertam que, a menos que essas barreiras sejam superadas, os benefícios desses tratamentos podem não ser acessíveis a uma parcela significativa da população, contribuindo para disparidades de saúde nos Estados Unidos.