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Três PMs indiciados pela morte de funcionário da Embasa são denunciados à Justiça

Segundo denúncia do Ministério Público da Bahia, trabalhador estava desarmado quando foi morto no bairro de Castelo Branco, em Salvador

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Três PMs indiciados pela morte de funcionário da Embasa são denunciados à Justiça

Foto: Reprodução/TV Bahia

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou à Justiça, os policiais militares cabo Cláudio Alves dos Prazeres Júnior, cabo Igor Portugal da Fonseca e o soldado Rafael Vieira da Silva, investigados pela morte do funcionário da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) Welson Figueredo Macedo, em julho deste ano, no bairro de Castelo Branco, em Salvador. 

Os agentes são acusados pelo crime de homicídio qualificado cometido sem possibilidade de defesa da vítima. No início deste mês eles foram indiciados pela Polícia Civil. 

A denúncia foi feita no dia 18 de dezembro e recebida no dia 19 pela Justiça, mas foi divulgada na quinta-feira (26). O órgão solicitou ainda o afastamento cautelar dos policiais do policiamento ostensivo por 180 dias, além da proibição de acesso ao bairro onde ocorreu o crime e contato com testemunhas e familiares de Welson. 

Segundo a denúncia, a vítima foi atingida por um tiro de carabina nas costas, o que causou um traumatismo abdominal. Com base em testemunhos e imagens de câmeras de segurança presentes no inquérito policial, a versão dos policiais de que Welson estaria armado e teria trocado tiros com a guarnição foi derrubada. 

Os policiais afirmaram que estavam perseguindo três indivíduos que haviam praticado um roubo e, durante a troca de tiros, Welson foi atingido. No entanto, segundo o MP-BA, as imagens mostram que ele não tinha ligação com os suspeitos e foi atingido após os homens terem passado. 

Os agentes teriam removido a bolsa e a motocicleta da vítima, deslocado a viatura policial para outro local e adicionado arma de fogo na cena do crime para simular um confronto. Conforme a denúncia, a perícia não encontrou vestígios de pólvora nas mãos de Welson.

O processo tramita no 2º Juízo da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Salvador. A Justiça vai avaliar os pedidos feitos pelo MP-BA no curso da instrução criminal. Por ser considerado um delito militar, a investigação será analisada por uma Promotoria de Controle Externo da Atividade Policial para tomada das medidas cabíveis.

O caso

Welson Figueredo Macedo, morto em abordagem da Polícia Militar, em Salvador
Reprodução/Redes Sociais

Welson tinha 28 anos e era natural do município de Ipirá. Filho de Elielson da Silva Macedo e Edilene Oliveira Figueiredo Macedo, ele trabalhava há quatro anos como operador de equipamento leve, no Consórcio Bel Cabula, no bairro de Massaranduba. 

A vítima foi baleada enquanto estava com a farda do trabalho. Ainda viva, foi levada para o  Hospital Eládio Lassére, em Águas Claras, onde foi submetida a uma cirurgia, mas não resistiu. 

Em nota divulgada à época, a Polícia Militar disse que agentes da 47ª Companhia Independente (CIPM/Pau da Lima) faziam rondas na região, quando avistaram três suspeitos assaltando um casal. Com a aproximação, o trio teria atirado contra a viatura e fugido em seguida.

Após receber uma denúncia momentos depois, ocorreu uma troca de tiros entre agentes e suspeitos, com um dos criminosos baleado. O suposto assaltante seria Welson. Os militares teriam ainda apreendido com ele um revólver e munições de calibre 38, além da motocicleta.

A Embasa informou que o funcionário trabalhou regularmente o dia inteiro. Registros da empresa mostram que ele deixou o posto de trabalho às 19h18, pilotando uma moto e com um colega na garupa.

Vídeos obtidos e divulgados pelo portal g1, mostram que às 19h46, Welson está sozinho, trafegando pela praça de Castelo Branco após deixar o amigo em casa.

Às 19h50 Welson é visto desarmado e recebendo o tiro. Na sequência, os policiais mudaram a posição de Welson e suspenderam a camisa dele. Às 19h59, Welson é colocado no carro de uma segunda equipe, que não participou da ação inicial. Às 20h, 10 minutos após o disparo, ele foi levado para o Hospital Eládio Lasserre.

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