TSE tem 17 partidos em formação buscando registro para disputar eleições
Novas legendas podem ampliar o espectro político e ter acesso ao fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem em sua fila 17 partidos em processo de formação, buscando cumprir os requisitos legais para obter registro e participar de eleições. Essas novas legendas representam mais da metade do total de 30 partidos já existentes no país. Caso sejam homologadas, essas siglas poderão ter acesso ao cobiçado fundo eleitoral, que atingiu a cifra de R$ 4,9 bilhões no último ano.
A lista de partidos em formação é eclética, contemplando diversas causas e crenças, desde segurança privada e juventude até uma tentativa de ressuscitar a histórica União Democrática Nacional (UDN), partido de oposição a Getúlio Vargas fundado em 1945. Embora almejem disputar as eleições municipais de 2024, todos eles ainda estão em fase inicial do processo de criação, que exige o registro da legenda até seis meses antes do pleito.
Os dirigentes dessas novas legendas compartilham um sentimento de insatisfação com a política tradicional e a polarização entre o presidente Lula (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que ainda dominam as discussões políticas. Eles evitam ser rotulados como partidos de esquerda ou direita, demonstrando diversidade de posicionamentos em questões políticas e econômicas.
O partido Aliança pelo Brasil, criado em 2019 com o objetivo de abrigar Bolsonaro após seu rompimento com o PSL, não está mais na lista de partidos em formação. O prazo para apresentar as assinaturas de apoio exigidas pela legislação encerrou em abril do ano passado, inviabilizando sua formalização.
As mudanças legislativas recentes, como a implementação da cláusula de barreira, têm contribuído para reduzir o número de partidos no Brasil. Essas novas legendas pretendem trazer uma perspectiva diferente ao cenário político e competir nas próximas eleições, buscando se firmar como alternativas às opções existentes. Enquanto isso, o fundo eleitoral permanece disponível para todas as legendas, independentemente do desempenho eleitoral. No ano passado, legendas que não elegeram parlamentares receberam mais de R$ 3,1 milhões do fundo.