Um em cada 48 trabalhadores negro ocupa cargo de gerência no Brasil, aponta IBGE
Um em cada 48 trabalhadores negro ocupa cargo de gerência no Brasil, aponta IBGE
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
No Brasil, em 2023, 56,1% da população em idade de trabalhar é negra, mas apenas 33,7% ocupam cargos de direção e gerência. Ou seja, um em cada 48 trabalhadores negro ocupa função de gerência, enquanto entre os homens não negros, a proporção é de um para 18 trabalhadores. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PnadC-IBGE) e referem-se ao segundo trimestre de 2023.
Ainda de acordo com o levantamento, entre os desocupados, 65,1% eram negros e a taxa de desocupação das mulheres negras é de 11,7% - mesmo percentual de um dos piores momentos enfrentados pelas pessoas não negras, a exemplo da pandemia da Covid-19. Já a taxa de desocupação dos não negros está em 6,3% no segundo trimestre de 2023.
Discriminação racial
A discriminação racial acontece na maior dificuldade de inserção dos negros no mercado de trabalho. Embora representem 56,1% da população em idade de trabalhar, os negros correspondem a mais da metade dos desocupados (65,1%).
Mais de um quarto (26,6%) das mulheres negras aptas a fazerem parte da força de trabalho declararam se encaixar em uma das seguintes situações: estavam desocupadas; não tinham procurado trabalho por falta de perspectiva; ou estavam ocupadas, mas com carga de trabalho inferior à que gostariam.
A proporção de negros empregados também é menor. Enquanto 1,8% das mulheres negras eram donas de negócios que empregavam funcionários, entre as mulheres brancas foi de 4,3%. Entre os homens negros, o percentual ficava em 3,6%, já entre os não negros, a proporção foi maior (7%).
Informalidade
A informalidade é maior entre o negros, já que praticamente metade dessa população estava em trabalhos desprotegidos. Do total, 46,5% das mulheres eram negras e 45,8% dos homens eram negros. Entre os brancos, a proporção foi de 34%.
De acordo com a pesquisa, uma em cada seis mulheres negras ocupadas trabalha como empregada doméstica. As trabalhadoras domésticas negras sem carteira assinada recebiam, em média, R$ 904 por mês. O valor é R$ 416 abaixo do salário mínimo atual, de R$ 1.320.